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ORIENTE MÉDIO

Suprema Corte de Israel suspende a decisão governamental de destituir o chefe do Shin Bet

A interrupção surgiu com o objetivo de analisar os recursos contra a demissão do chefe da Agência de Segurança, segundo a Corte

Ronen Bar, chefe da Agência de Segurança de Israel (também conhecida como Shabak ou Shin Bet)Ronen Bar, chefe da Agência de Segurança de Israel (também conhecida como Shabak ou Shin Bet) - Foto: Yossi Zeliger / AFP

A Suprema Corte de Israel suspendeu, nesta sexta-feira (21), a decisão do governo de destituir o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, do cargo para que possa analisar os recursos contra sua demissão.

A decisão do tribunal foi tomada depois que partidos de oposição e uma ONG entraram com recursos separados, horas depois de o governo anunciar sua decisão de demitir o chefe do serviço de inteligência e segurança interna.

O partido de centro-direita Yesh Atid, do líder da oposição Yair Lapid, disse que recorreu da destituição de Bar à Suprema Corte em nome de vários partidos e denunciou uma "decisão tomada com base em um flagrante conflito de interesses do primeiro-ministro".

O Movimento por um Governo de Qualidade também recorreu do que chamou de "decisão ilegal", que representa "um risco real à segurança nacional".

Os recursos foram apresentados nesta sexta-feira, horas depois de o governo destituir Bar, argumentando que ele havia perdido a confiança do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

A demissão do chefe do Shin Bet deveria entrar em vigor em 10 de abril.

Nesta sexta-feira, ele participou de uma reunião para avaliar a situação em Gaza com o chefe do Exército, Eyal Zamir, disse o corpo armado em um comunicado.

Esta é a primeira vez na história de Israel que o chefe de sua agência nacional de inteligência é destituído.

A oposição afirma que Bar foi alvo de Netanyahu depois de criticar o governo pela falha de segurança que permitiu ao Hamas atacar Israel em 7 de outubro de 2023. Também menciona uma investigação do Shin Bet sobre o caso "Catargate", que envolveu pessoas próximas ao líder em supostos pagamentos secretos do Catar.

A procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, alertou Netanyahu de que a decisão da Suprema Corte lhe "proíbe" temporariamente de nomear um novo chefe do Shin Bet.

"O Estado de Israel é um Estado de direito, e por lei é o governo que decide quem será o chefe do Shin Bet", respondeu Netanyahu em sua conta do X.

Baharav-Miara, que também é assessora jurídica do governo, poderá enfrentar no domingo uma moção de censura.

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