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ESTADOS UNIDOS

Suprema Corte dos EUA examina lei usada contra Trump e seus apoiadores

O candidato presidencial republicano é acusado de conspiração para fraudar os Estados Unidos, obstruir um processo oficial e negar aos americanos o direito ao voto e de ter os seus votos contados

Julgamento do ex-presidente Donald TrumpJulgamento do ex-presidente Donald Trump - Foto: Jabin Botsford/AFP

A Suprema Corte dos Estados Unidos analisa, nesta terça-feira (16), um recurso contra uma lei usada para apresentar uma das acusações contra o ex-presidente Donald Trump e centenas dos seus apoiadores que participaram no ataque ao Capitólio em janeiro de 2021.

O procurador especial Jack Smith acusou Trump, de 77 anos, de quatro crimes federais em Washington por sua suposta tentativa de alterar os resultados das eleições de 2020, que perdeu para o democrata Joe Biden.

O candidato presidencial republicano é acusado de conspiração para fraudar os Estados Unidos, obstruir um processo oficial e negar aos americanos o direito ao voto e de ter os seus votos contados.

Ele também é acusado de obstrução de um processo oficial: a sessão do Congresso de 6 de janeiro de 2021 realizada para certificar a vitória de Biden.

Joseph Fischer, um ex-policial, é um das centenas de apoiadores de Trump que estão sendo processados ou já foram condenados por esta última acusação de obstrução. Ele quer que a acusação seja rejeitada, o que poderia ter um efeito indireto em todos os casos, incluindo o de Trump.
 

Um juiz federal, indicado por Trump, concordou em rejeitar a acusação de obstrução, a pedido de Fischer, dizendo que a lei se destina a processar crimes financeiros e não se aplica à sua conduta em 6 de janeiro.

Um tribunal federal de apelações anulou a sentença.

Agora, a Suprema Corte, na qual seis dos seus nove juízes são conservadores, incluindo três indicados por Trump, examinará o recurso de Fischer.

A máxima autoridade judicial do país deverá emitir uma decisão em junho ou no início de julho, cerca de quatro meses antes das eleições presidenciais de 5 de novembro, nas quais Trump deverá enfrentar Biden novamente.

Adiar o julgamento
O julgamento de Trump por acusações de interferência eleitoral estava marcado para 4 de março, mas foi suspenso enquanto se aguarda a revisão da Suprema Corte da alegação de Trump de que, como ex-presidente, tem imunidade penal.

A Suprema Corte ouvirá, no dia 25 de abril, os argumentos sobre o pedido de imunidade, indeferido por dois tribunais inferiores.

A pena máxima por obstrução de processo oficial é de 20 anos de prisão.

Há quatro processos criminais pendentes contra Trump e na segunda-feira começou a seleção do júri em Nova York para o primeiro julgamento criminal de um ex-presidente.

Neste caso, Trump é acusado de falsificar registros comerciais antes das eleições de 2016 para encobrir uma suposta relação sexual com a ex-atriz pornô Stormy Daniels.

Trump também enfrenta acusações federais por suposta gestão indevida de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca e é acusado de extorsão na Geórgia por supostamente tentar alterar os resultados das eleições de 2020 neste estado do sul.

Os seus advogados tentam adiar os processos judiciais para depois das eleições de novembro, quando, se ele vencer, existe a possibilidade de as acusações federais contra ele serem retiradas.

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