Saúde

Surto de dengue deixa mais de mil mortos em Bangladesh

Fenômeno estaria sendo potencializado pelo aumento das temperaturas no país decorrentes da crise climática pela qual passa o planeta

Mosquito da dengueMosquito da dengue - Foto: James Gathany/CDC

Dados oficiais do governo de Bangladesh apontam que mais de mil pessoas no país morreram em decorrência de um surto de dengue. O fenômeno estaria sendo potencializado pelo aumento das temperaturas no País decorrente da crise climática pela qual passa o planeta, que teve quebra de recordes de temperaturas máximas em um dia e em alguns meses do ano.

No caso de Bangladesh, desde o início do ano, 1.017 pessoas morreram da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, entre elas mais de 100 crianças. No País, mais de 208 mil foram infectadas, segundo dados da Direção Geral de Serviços de Saúde do Bangladesh divulgados na última segunda-feira (2).

Segundo a CNN, embora a doença seja endêmica no País, localizado no Sul da Ásia, com as infecções concentradas tipicamente durante a época das monções, entre julho e setembro, neste ano o aumento de casos começou ainda mais cedo, no final do mês de abril.

Os números são resultados de uma estação prolongada de monções, resultando na combinação de temperaturas mais altas e chuvas fortes e irregulares, o que criou condições ideais para a reprodução do mosquito. Como resultado, o aumento no número de pacientes sobrecarregou o sistema de saúde do país, segundo a imprensa local, e os hospitais enfrentaram falta de leitos e de pessoal para cuidar dos enfermos.

As mortes representam quase quatro vezes mais o número de vítimas do ano passado, quando 281 pessoas morreram. Em setembro deste ano, mais de 79.600 casos foram notificados, com 396 mortes, segundo as autoridades de saúde do Bangladesh. Há também a preocupação cada vez maior sobre a possibilidade de o surto se espalhar também pelos meses mais frios do ano.

Junho de 2023 superou as temperaturas médias registradas até então. Julho bateu a marca de mês mais quente registrado na história. Agosto só não superou o mês anterior. Mas setembro bateu todos os recordes. Frente a essas sucessivas quebras de recordes, cientistas veem que 2023 provavelmente será o ano mais quente da história, que no momento está apenas 0.01ºC atrás de 2016 em média de temperatura, faltando apenas quatro meses para acabar o ano.

As temperaturas médias mundiais durante os três primeiros meses do verão no Hemisfério Norte (de junho a agosto) foram as mais elevadas registradas, com uma média de 16,77°C, 0,66°C acima da média. Nesse período, também foram observadas anomalias recordes de alta temperatura na superfície do mar no oceano global.

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