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Surto de Guillain-Barré: Peru tenta comprar imunoglobulina para tratar pacientes

Declaração de emergência nacional devido ao surto da doença vai permitir a aquisição de cinco mil frascos: "Tratamento caro", disse ministro da Saúde, César Vásquez Sánchez

Ministro da Saúde do Peru, César Vásquez Sánchez, visita paciente com síndrome de Guillain-Barré Ministro da Saúde do Peru, César Vásquez Sánchez, visita paciente com síndrome de Guillain-Barré  - Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

O governo peruano corre contra o tempo para tentar adquirir imunoglobulina, um anticorpo usado no tratamento da síndrome de Guillain-Barré. Após a declaração de emergência nacional devido ao surto da doença, o Ministério da Saúde do país ficou autorizado a comprar cinco mil frascos do medicamento.

"Com a declaração de emergência vamos poder comprar como Ministério da Saúde, através do Cenares [Centro Nacional de Abastecimento de Recursos Estratégicos], as imunoglobulinas, que são tratamentos caros e que antes não podiam ser compradas porque não eram consideradas essenciais" afirmou o ministro da Saúde, César Vásquez Sánchez, à uma rede de televisão local.

Sanchéz acrescentou que esta primeira compra de imunoglobulinas garantirá o atendimento dos pacientes por dois anos.

"O tratamento será totalmente gratuito, porque são medicamentos que custam mais de mil soles (cerca de R$ 1,3 mil) no mercado privado" disse Sanchéz.

Apenas neste ano, o Peru registrou quatro mortes por Guillain-Barré. No momento, há 31 pacientes internados pela síndrome e 147 pessoas adoeceram, mas já se restabeleceram e tiveram alta médica.

Emergência de saúde
O governo peruano declarou emergência nacional de saúde por 90 dias, neste domingo, devido a um surto incomum de casos de síndrome de Guillain-Barré, após a morte de quatro pessoas por essa doença que afeta o sistema nervoso.

Foi “declarada Emergência Nacional de Saúde por um período de 90 dias devido ao aumento inusitado de casos da Síndrome de Guillain-Barré”, diz um comunicado do Ministério da Saúde. A emergência abrange as 25 regiões do país.

"Houve um aumento significativo nas últimas semanas, o que nos obriga a tomar medidas como Estado para proteger a saúde e a vida da população", disse o ministro da Saúde, César Vásquez, à imprensa.

Entenda a doença
A rara síndrome autoimune se manifesta como uma fraqueza muscular progressiva que surge em um período de duas a quatro semanas e pode afetar o sistema respiratório. Um de seus sintomas mais frequentes é o formigamento e a falta de força nas extremidades. A síndrome costuma ser provocada por um processo infeccioso anterior.

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, diversas infecções são associadas à Síndrome de Guillain-Barré, sendo a causada pelas bactérias Campylobacter, que provoca diarreia, a mais comum. A doença leva o próprio sistema imunológico a atacar partes do sistema nervoso que conectam o cérebro com outras partes do corpo.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, a maior parte das pessoas percebe como primeiros sintomas da síndrome uma sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, nos superiores (mãos e braços).

Veja os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré
Sonolência;

Confusão mental;

Coma;

Crise epiléptica;

Alteração do nível de consciência;

Perda da coordenação muscular;

Visão dupla;

Fraqueza facial;

Tremores;

Redução ou perda do tono muscular;

Dormência, queimação ou coceira nos membros.

A síndrome não tem cura, porém há tratamentos que conseguem aliviar os sintomas e impedir o avanço da doença. Ele pode envolver medicamentos como imunobiológicos, procedimentos de transfusão de plasma sanguíneo e técnicas de reabilitação.

O Ministério da Saúde também aponta que são registrados de 1 a 4 casos da síndrome a cada 100 mil pessoas anualmente no Brasil, especialmente entre os 20 e 40 anos de idade.

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