Suspeita de envenenar namorado pegou R$ 60 mil emprestados e doou tudo para "feiticeira"
"Como você pôde fazer uma coisa dessas comigo?", questionou ele
Em depoimento à Polícia Civil, Marino Bastos Leandro, de 74 anos, contou que sua enteada — a psicóloga Júlia Cathermol Pimenta, suspeita de matar seu namorado, o empresário Luiz Marcelo Ormond, envenenado — pegou R$ 60 mil emprestados com ele. Inicialmente, a justificativa apresentada por ela foi que a quantia seria destinada a um investimento, mas, no entanto, Júlia confessou ao padrasto que o dinheiro foi todo entregue a uma "feiticeira", da qual desconhece o nome.
O pedido inicial de Júlia, que se entregou na 25ª DP (Engenho Novo) na noite desta terça-feira, foi por R$ 100 mil, valor que o seu padrasto não dispunha. Policial civil aposentado então transferiu os R$ 60 mil para a conta da enteada, conforme relatado em seu depoimento. Ao saber que o montante foi destinado à "feiticeira", Marino Bastos Leandro contou à polícia que questionou Júlia: "Como você pôde fazer uma coisa dessas comigo?"
Segundo o delegado Marcos André Buss, titular da distrital que investiga o caso, a polícia irá pedir a quebra do sigilo bancário de Júlia, assim como o de seu namorado, encontrado morto no último dia 20.
"No curso das investigações que ainda estão por vir, nós pretendemos obter uma autorização para então analisar algumas contas bancárias, até mesmo para nós termos a dimensão do valor que era movimentado pela vítima" disse Buss.
Apesar de não ser nominalmente citada no depoimento do padrasto de Júlia, a polícia diz ter elementos suficientes para acreditar que Suyany Breschak — mulher que se apresenta como cigana — é, na verdade, a mandante do assassinato. Ela está presa desde o último dia 28, suspeita de participação no crime.
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Morador de Maricá (RJ), na Região Metropolitana, Marino prestou depoimento na 25ª DP (Engenho Novo) nesta terça-feira, assim como sua mulher, Carla Cathermol de Faria, mãe de Júlia
No fim da noite, depois das 23h, Júlia se entregou, chegando à delegacia de capuz cinza e máscara. Ela não quis falar com a imprensa. A suspeita estava acompanhada da advogada Hortência Menezes e do delegado Marcos André Buss. O encontro foi negociado com a polícia, enquanto a mãe e o padrasto de Júlia prestavam depoimento.
"Foi por isso que trouxemos a mãe e o padrasto dela (para a delegacia). Imaginamos que iria ajudar na negociação para ela se entregar" afirmou o investigador.