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Crime

Preso no Recife suspeito de matar a ativista dos Direitos Humanos Emanuelly Caroline na Encruzilhada

Emanuelly possuía 33 anos e era a fundadora e presidente do projeto "Canta Liberdade"

FOTO: Divulgação/ Polícia Civil de PernambucoFOTO: Divulgação/ Polícia Civil de Pernambuco - Foto:

A Polícia Civil de Pernambuco anunciou, em entrevista coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), a prisão do acusado pelo homicídio da ativista do movimento dos direitos humanos e fundadora do projeto Canta Liberdade, Emanuelly Caroline Barbosa Fragoso. O crime aconteceu em maio de 2021 no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife.

A vítima era envolvida em ações de manutenção dos direitos e atuava como presidente do Canta Liberdade, projeto que buscava auxiliar as famílias da população carcerária e lutar na defesa dos direitos de pessoas privadas de liberdade em Pernambuco. 

O assasinato foi registrado por câmeras de seguranças do restaurante de onde Emanuelly saía e foi possível identificar dois homens: um de camisa azul e um outro de blusa preta, que realizaram os disparos contra Emanuelly Caroline. Após os tiros, eles fugiram em um carro Fox branco, que contava com outra pessoa no volante.

De acordo com o delegado Paulo Dias, o suspeito preso nessa terça-feira (18) foi o homem que vestia camisa preta. Ele foi identificado no município de Igarassu, no Grande Recife, e encaminhado para a 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios/DHPP, no Recife. O outro envolvido no caso já se encontra preso.

“O suspeito foi preso ontem, através de um mandado de prisão temporária expedido pela justiça. Ele foi o atirador que se encontra no vídeo da execução do crime com a camisa preta. O de camisa azul já tinha sido preso por um outro crime, de roubo qualificado e já se encontrava preso; solicitamos a quebra do regime dele e hoje ele se encontra no regime fechado. Nós vamos pleitear e representar pela prisão preventiva dele nesse caso da ativista”, afirmou o delegado durante a coletiva. 

Sobre a motivação do crime, o delegado Paulo Dias afirmou: “A vítima teria feito um comentário sobre o homicídio de um dos integrantes do grupo que a assassinou e esse comentário foi visto como desrespeitoso e, então, houve a ordem de execução de Emanuelly. A ordem da execução partiu do próprio articulador, que foi identificado e morto através de um confronto policial”. 

Depois da fuga com o carro, um acidente ocorreu ainda próximo ao local do assassinato, e os suspeitos abandonaram o veículo, que foi inspecionado pelo Instituto de Criminalística (IC). Dentro dele, foram encontrados uma arma, um aparelho celular e a bolsa da vítima, com papéis amassados dentro dela.

Os pedaços de papéis haviam sido alvo de especulações sobre uma ligação do crime a organizações criminosas atuantes nos cárceres, mas o delegado atestou que os documentos eram apenas anotações pessoais sobre o trabalho de Emanuelly. “Como ela era ativista dos direitos humanos em relação aos ressocializados, eram apenas anotações da vítima em relação a denúncias dos presidiários com o tratamento. Nada com cunho criminoso”, relatou. 

A Polícia Civil de Pernambuco segue com a investigação para identificar o motorista do veículo. “Continuamos a investigação com o intuito de identificar esse motorista. Nós temos a certeza que os três integravam o mesmo grupo criminoso. Toda e qualquer ajuda da população auxilia na investigação, para que possamos concluí-la com maior êxito possível”, reiterou o delegado.

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