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Rio de Janeiro

Suspeitos de executar médicos na Barra percorreram 36 km na fuga até Penha, dizem investigadores

Criminosos deixaram o local do crime e foram até o Quebra-Mar, de lá retornaram pela Avenida das Américas e pegaram a Linha Amarela até a comunidade da Zona Norte

Médicos Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida, Diego Ralf Bonfim e Daniel Sonnewend Proença foram alvo de ataque a tiros no RioMédicos Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida, Diego Ralf Bonfim e Daniel Sonnewend Proença foram alvo de ataque a tiros no Rio - Foto: Reprodução

Os traficantes suspeitos de terem matado três médicos e ferido um quarto na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, levaram o carro usado no crime para o Complexo da Penha, na Zona Norte, percorrendo cerca de 36 km por algumas das vias mais movimentadas da cidade, como Avenida das Américas e Linha Amarela. O conjunto de comunidades é chefiado pela maior facção criminosa do estado.

Segundo os investigadores, criminosos executaram os médicos no quiosque Naná, na altura do posto 4 da Avenida Lúcio Costa, na Barra. Em seguida, num carro Fiat Pulse branco, seguiram em direção ao Quebra-mar, onde retornaram para a Avenida das Américas. Após, os quatro teriam seguido pela Avenida Abelardo Bueno, onde seguram pela Linha Amarela. O destino do veículo foi a comunidade da Zona Norte, comandado por Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Adriano de Sá Silva, o Abelha.

O grupo de ex-milicianos, liderado por Lesk, teria se aliado à facção após deixa a milícia. Eles, identificados como grupo sombra, são os responsáveis pela tomada de regiões na Zona Oeste.

Quatro traficantes suspeitos pelo assassinato de três médicos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (5), foram encontrados mortos nos arredores da Gardênia Azul, também na Zona Oeste. Dentre eles está Philip Motta Pereira, o Lesk, suspeito de ter sido um dos responsáveis por iniciar uma guerra envolvendo traficantes e milicianos.

O conflito, segundo investigações da polícia, é pelo controle da exploração de negócios irregulares em nove comunidades da Zona Oeste do Rio. Lesk é apontado em processos distintos que tramitam no Tribunal de Justiça do Rio tanto como integrante de um grupo paramilitar quanto de uma facção do tráfico. Foragido da Justiça, ele teve a prisão preventiva decretada por crime de associação para o tráfico em setembro de 2019. Seu corpo estava na mala de um Toyota Yaris, deixado na Gardênia Azul.

Além de Lesk, também foi identificado Ryan Soares de Almeida. Natural de Belo Horizonte, Ryan era considerado o braço direito de Lesk. Ele e os outros dois mortos estavam num HRV, abandonado na Rua Abraão Jabor, no Camorim, O traficante foi preso em dezembro de 2020 por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e corrupção de menores. Ele deixou a Cadeia Pública Jorge Santana em setembro de 2021.

Imagens das câmeras de segurança de um quiosque da orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, registraram toda ação dos criminosos que executaram três médicos e deixou um ferido, na madrugada desta quinta-feira. No vídeo, homens armados saíram de um carro preto e fizeram disparos contra o estabelecimento, que fica na Avenida Lúcio Costa. O ataque levou cerca de 20 segundos.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Por volta de 00h59, um carro branco para em frente ao estabelecimento e três bandidos armados descem do veículo atirando em direção às vítimas. Com os disparos, dois homens que faziam um lanche conseguem correr. Já quase em direção ao carro para fugir, o trio retorna e faz mais disparos contra as vítimas caídas no chão. Em seguida, eles entram no carro e fogem.

As vítimas eram médicos de São Paulo, que estavam no Rio para um congresso. Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, teriam morrido ainda no local. Diego Ralf Bonfim, de 35, que é irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL) chegou a ser socorrido. Outro homem, identificado como Daniel Sonnewend Proença, também foi ferido e levado para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra, e posteriormente transferido para um hospital particular. Ele foi atingido por 14 disparos e passou por cerca de 10 horas de cirurgia.

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