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"Tarifaço" de Trump: veja as medidas do republicano que já entraram em vigor e o que está por vir

Desde que tomou posse, em janeiro, presidente dos EUA ameaça diferentes nações com a sobretaxa de produtos estrangeiros importados pela maior economia do mundo

O presidente americano, Donald Trump,fez o anúncio na Casa Branca e classificou a medida como "muito modesta"O presidente americano, Donald Trump,fez o anúncio na Casa Branca e classificou a medida como "muito modesta" - Foto: Saul Loeb / AFP

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Desde que tomou posse, em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não para de ameaçar países aliados e inimigos com tarifas contra produtos importados pelos americanos. Algumas já estão em vigor, outras devem sair do papel nesta quarta-feira.

E ainda há as que ainda estão em eventuais planos do republicano.

O presidente republicano anuncia neste momento uma nova rodada de impostos de importação sobre produtos de vários países que chegam aos EUA, as ''tarifas recíprocas", no que ele tem chamado de “Dia da Libertação”.

Uma das medidas é aplicar 25% de imposto sobre todos os automóveis importados, medida que ele já havia mencionado e confirmou hoje.

Veja a seguir um resumo dos planos de Trump em relação às tarifas aduaneiras — uma forma que os governos usam para tornar produtos importados menos competitivos internamente—, com datas prometidas de entrada em vigor e países no alvo, e os próximos passos do governo dos EUA.

Mas é bom lembrar que esses planos do presidente americano mudam quase diariamente em sua retórica.

4 de fevereiro: China foi o primeiro alvo
O primeiro round de tarifas sobre produtos importados pelos EUA teve a China como alvo. Desde 4 de fevereiro, tarifas de 10% eram aplicadas sobre produtos comprados do país asiático.

Agora, produtos da China passam a ter tarifa adicional de 10%. Ou seja, tudo o que os Estados Unidos importarem da China será taxado em 20%.

Na ocasião, Canadá e México conseguiram um adiamento da taxação por um mês na última hora. A China não obteve o mesmo benefício.

O gigante asiático anunciou, em represália, novas barreiras aduaneiras a produtos dos Estados Unidos.

26 de fevereiro: Produtos da União Europeia
O presidente dos Estados Unidos disse que as tarifas sobre produtos da União Europeia serão de 25% em todos os setores. No entanto, não especificou uma data para que a taxação entre em vigor.

“Nós as anunciaremos muito em breve e elas serão de 25%, de forma generalizada, e se aplicarão a automóveis e todas as coisas”, disse ele em sua primeira reunião de gabinete na Casa Branca.

Trump reiterou suas queixas contra a União Europeia que "não aceita seus carros ou seus produtos agrícolas". Mais tarde, um funcionário da Casa Branca disse que taxa ainda não estava definida

4 de março: Canadá e México
Como as negociações com o governo dos EUA não prosperaram, já foram aplicadas tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos.

No entanto, no dia 5 de março, os EUA disseram que os veículos e autopeças oriundos de Canadá e México ficarão isentos por um mês.

Trump também anunciou que os Estados Unidos aumentarão ainda mais as tarifas sobre produtos chineses, em 10%, nessa mesma data.

O presidente acusa os três países de permitirem a entrada de fentanil nos Estados Unidos: seus vizinhos, por não garantirem a segurança da fronteira de forma suficiente, segundo ele.

No caso da China, a tarifa se deve, de acordo com Trump, ao fato de ser o país de onde saem as substâncias químicas usadas na fabricação desse opioide sintético que causa estragos em solo americano. No entanto, a China é vista como a principal rival dos EUA economica e geopoliticamente, de acordo com o ideário de Trump.

5 março: China dá sua resposta
A China anunciou tarifas de 10% a 15% sobre um volume de US$ 22 bilhões em alimentos americanos, que entrariam em vigor no dia 10 de março Na lista estão frango, carne e soja, entre outros.

Também apertou o cerco sobre 15 empresas americanas, que precisarão de permissão especial para comprar bens chineses. Outras dez tiveram suas exportações bloqueadas para a China.

6 de março: Reversão de curso
Trump anunciou uma isenção de tarifas a produtos do México e do Canadá cobertos pelo acordo de livre comércio dos EUA com os vizinhos por um mês. Trump no entanto manteve as tarifas impostas à China.

A isenção é válida até 2 de abril, quando Trump promete anunciar as chamadas ''tarifas recíprocas".

12 de março: aço e alumínio
Em fevereiro, Donald Trump assinou decretos para impor tarifas de 25% sobre aço e alumínio que entrarem nos Estados Unidos.

As tarifas entraram em vigor em 12 de março.

O presidente republicado alega querer proteger as indústrias nacionais, pois acredita que foram prejudicadas "pelas práticas comerciais desleais e pelo excesso de produção global".

A medida afeta diretamente o Brasil, que negocia a implementação de cotas.

Em 2024, o país foi o 2º maior fornecedor de aço para os EUA, em volume, atrás apenas do Canadá.

13 de março: bebidas da Europa
O presidente Donald Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre vinhos europeus, champanhe e outras bebidas alcoólicas, na mais recente escalada de uma crescente guerra comercial entre os EUA e a União Europeia.

Em uma publicação nas redes sociais na quinta-feira, Trump afirmou que avançaria com as tarifas de importação caso a UE não revogasse um imposto sobre o bourbon dos EUA, medida implementada como retaliação às tarifas sobre aço e alumínio impostas por ele. Medida vale para champanhe e outras bebidas alcóolicas

24 de março: Petróleo da Venezuela
O presidenteTrump afirmou que iria impor uma tarifa de 25% sobre qualquer país que comprar petróleo e gás da Venezuela, citando imigração e membros de gangues criminosas nos EUA. A tarifa entrará em vigor em 2 de abril, afirmou o presidente em uma publicação em sua plataforma de mídia social, a Truth Social.

A data é a mesma em que tarifas recíprocas e novas taxas setoriais seriam aplicadas, segundo o presidente americano.

26 de março: Taxação de veículos importados

Trump anunciou tarifas de 25% para todos os carros fabricados fora dos EUA a partir de 2 de abril.

De acordo com o presidente americano, a taxa passaria a ser cobrada um dia depois, ou seja, em 3 de abril.

O presidente americano fez o anúncio na Casa Branca e classificou a medida como "muito modesta".

As tarifas se somarão aos impostos já vigentes, disse o secretário da equipe da Casa Branca, Will Scharf, e o governo projeta que as taxas resultarão em US$ 100 bilhões de novas receitas anuais para os EUA.

O presidente americano prometeu anunciar as tarifas "recíprocas" aos parceiros comerciais dos Estados Unidos a partir de 2 de abril, que ele tem chamado de “Dia da Libertação”.

Para ele, isso significa reduzir as disparidades: se um produto americano for taxado em 40% ao entrar em um país, Washington imporá o mesmo nível de tarifas na direção oposta.

Além dos impostos de importação, Donald Trump também mira barreiras não tarifárias, como regulamentos que penalizam produtos americanos ou o imposto sobre valor agregado (IVA) dos europeus, um tributo sobre as compras dos consumidores (independentemente do local de produção), geralmente mais alto do que nos Estados Unidos.

Ele se encontrou com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e afirmou que os dois países estão assinando um acordo comercial "muito bom".

2 de abril: produtos alimentícios
Na véspera da entrada em vigor de tarifas de 25% contra produtos do Canadá e do México e de um adicional tarifário de 10% para a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou novas tarifas sobre importações de produtos agrícolas a partir do dia 2 de abril.

A medida seria uma forma de favorecer agricultores americanos, diz Trump.

"Para os grandes fazendeiros dos Estados Unidos: Preparem-se para começar a produzir muitos produtos agrícolas para serem vendidos DENTRO dos Estados Unidos. As tarifas serão aplicadas sobre produtos externos no dia 2 de abril. Divirtam-se!", escreveu Trump na rede social Truth Social.

O presidente não forneceu mais detalhes sobre quais produtos seriam afetados, nem se haveria exceções.

Também não está claro se seu plano faz parte de um esforço previamente anunciado para implementar as chamadas tarifas “recíprocas” sobre quase todos os parceiros comerciais dos EUA.

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