TDAH: estudo liga transtorno a maior chance de desenvolver obesidade infantil; entenda
O trabalho foi publicado na revista científica Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade ( TDAH) foi associado a alterações no peso enquanto ainda bebê e na infância que podem influenciar a saúde a longo prazo. As evidências foram publicadas na revista científica Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry.
Foi descoberto que por um lado, crianças com TDAH apresentam um peso menor que a média ao nascer. Contudo, as crianças diagnosticadas também apresentam uma maior probabilidade de desenvolver obesidade anos depois.
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Segundo o estudo, a marca dos 5 anos de idade aumentou as chances das crianças com TDAH terem obesidade infantil. O risco foi mais pronunciado após os 7 anos em meninas e 11 anos em meninos, como aponta estudo. Esta probabilidade excluiu aquelas que tomavam medicamentos para controlar o transtorno.
Outro ponto levantado pelos cientistas é que quanto mais sintomas de TDAH uma criança tinha, maior era o IMC esperado que ela tivesse aos 11 e 14 anos.
"Crianças com sintomas aumentados de TDAH são tipicamente mais leves ao nascer do que seus pares, mas mais tarde são mais propensas a ter obesidade. Pesquisas sobre o 'quando e o porquê' em relação a esse ponto de virada são escassas", aponta a autora principal do estudo, Claire Reed, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, em um comunicado.
Na pesquisa foram analisados dados de mais de 7.900 crianças nascidas entre 2000 e 2002. Dentre elas, a equipe comparou 442 diagnosticadas com TDAH com quase 5.400 sem diagnóstico de TDAH ou sintomas do transtorno.
Assim, a equipe percebeu que ao nascer, crianças no grupo com TDAH pesavam menos ao nascer, em média. E ao completarem nove meses e também novamente aos três anos, os dois grupos pesavam aproximadamente o mesmo.
Contudo, ainda não ficou claro o motivo por trás de tal mecanismo associando o transtorno à obesidade em crianças. Mas, os pesquisadores acreditam que pode ter a ver com as escolhas alimentares que as crianças fazem.
"Pessoas com níveis mais altos de impulsividade podem ter menos probabilidade de fazer escolhas mais saudáveis", escreveram.
De acordo com os pesquisadores, essa oscilação de peso pode colocar ainda mais risco à saúde na vida adulta.