Tempestade de inverno afeta mais de 240 milhões nos EUA na véspera do Natal
De rara intensidade, tempestade provocou o fechamento de estradas e aeroportos em grande parte do país
Uma tempestade de inverno de rara intensidade varreu os Estados Unidos nesta sexta-feira (23), provocando o fechamento de estradas e aeroportos em grande parte do país na antevéspera do Natal.
"Mais de 240 milhões de pessoas (mais de 70% da população americana) são afetadas por alertas meteorológicos", informou o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS).
As condições são muito perigosas para a circulação, alertaram as autoridades.
Na manhã desta sexta, mais de 240 milhões de pessoas receberam alertas ou pedidos de prudência.
Esperava-se que milhões de pessoas saíssem às rodovias e lotassem os aeroportos para este período de festas de Natal e Ano Novo, marcando uma volta aos níveis de mobilidade anteriores à pandemia.
No condado de Erie, no estado de Nova York, foi decretada uma proibição para a circulação de automóveis.
"Ficamos em casa. Não consigo ver o outro lado da rua", disse à AFP Jennifer Orlando, na cidade de Hambourg, afetada por esta proibição e onde pela manhã a temperatura registrada era de -8ºC.
A colisão de um carro com um poste da rede elétrica deixou a localidade sem energia por quatro horas, informou.
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Mais de um milhão de americanos estavam sem luz nesta sexta, sobretudo nas Carolinas do Norte e do Sul, Connecticut e Texas, segundo o site especializado Poweroutage.us.
"Por favor, encarem esta tempestade com extrema seriedade", pediu o presidente Joe Biden na quinta-feira. "Incentivo todos (...) a ouvirem as advertências em nível local. É sério".
O site especializado Flightaware contabilizava mais de 3.900 voos cancelados. Os aeroportos mais afetados foram os de Seattle (noroeste), Nova York, Chicago (norte) e Detroit.
Tempestades de neve
Na quinta-feira, cerca de 10% dos voos tinham sido cancelados, informou nesta sexta à MSNBC o secretário do Transporte, Pete Buttigieg. "Vários dos maiores centros aéreos foram afetados", acrescentou.
De acordo com a Associação Automobilística Americana (AAA), cerca de 112 milhões de pessoas previam dirigir pelo menos 80 km entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro.
Vários estados, inclusive Nova York, Oklahoma, Kentucky, Geórgia e Carolina do Norte, se declararam em situação de emergência.
"As pessoas deveriam ficar em casa, não se aventurar nas estradas", disse à CNN o governador do Kentucky, Andy Beshear.
"As condições de neve e vento forte podem se desenvolver muito rapidamente", acrescentou, informando que a Guarda Nacional foi mobilizada neste estado. Beshear confirmou a morte de três pessoas nas rodovias do Kentucky.
Em Oklahoma, pelo menos duas pessoas morreram em estradas, segundo a agência encarregada de emergências neste estado.
Queda ultrarrápida da temperatura
Fortes nevascas foram registradas no norte do país, particularmente na região dos Grandes Lagos.
Mas o fenômeno se estende da fronteira canadense, no norte, aos limites com o México, no sul, e da costa do Pacífico, no noroeste, à costa atlântica, no leste, informaram os meteorologistas americanos.
Este sistema de baixa pressão provoca um forte choque entre uma massa de ar muito frio, proveniente do Ártico, e outra tropical, que chega do Golfo do México.
O que torna a situação atual extraordinária é que a pressão atmosférica caiu muito rapidamente, em menos de 24 horas.
Em Nova York, enquanto as temperaturas ainda beiravam os +10°C na manhã desta sexta, a expectativa era de que os termômetros caíssem a -10°C à noite. Chicago, na manhã desta sexta, registrava -20ºC, e as temperaturas também eram negativas até a costa do Texas.
O Canadá também se preparava para enfrentar temperaturas incomumente baixas para a temporada.
Alertas de frio extremo, tempestade de inverno e inclusive neve com vento forte foram emitidos na manhã desta sexta para a maior parte do território canadense, informou o Environment Canada.
Em Alberta (oeste) e Saskatchewan (centro), as temperaturas oscilavam entre os -40ºC e os -50ºC.