Morte da rainha

Tempo de espera na fila para a despedida de Elizabeth II chega a 24 horas

Londres tem o último fim de semana de adeus da população antes do "funeral do século" na segunda-feira (19).

Membros do público se juntam à fila em Southwark Park, sudeste de Londres, para esperar para prestar homenagem à falecida rainha Elizabeth II, deitada em estado no Palácio de Westminster, no centro de Londres, em 17 de setembro de 2022Membros do público se juntam à fila em Southwark Park, sudeste de Londres, para esperar para prestar homenagem à falecida rainha Elizabeth II, deitada em estado no Palácio de Westminster, no centro de Londres, em 17 de setembro de 2022 - Foto: Stephane De Sakutin/ AFP

Milhares de britânicos desafiavam neste sábado (17) a longa fila de "pelo menos 24 horas" de espera para a despedida de Elizabeth II, antes do "funeral do século" na segunda-feira (19).

"A fila chegou a Southwark Park e o tempo de espera é de pelo menos 24 horas", anunciou o governo britânico, que alertou para uma possível nova suspensão do acesso à fila caso esta alcance a capacidade máxima.

Londres tem o último fim de semana de adeus da população à única soberana conhecida pela maioria dos britânicos até sua morte, em 8 de setembro, aos 96 anos, após sete décadas de reinado.

"Todos estamos aqui para agradecer a Sua Majestade por ser tão amorosa, carinhosa e reconfortante ao longo dos anos. E com um legado incrível", disse o ex-jogador de futebol David Beckham na sexta-feira (16) ao sair do Westminster Hall.

O edifício quase milenar, com teto de vigas de madeira, o mais antigo do complexo do Parlamento britânico, recebeu o caixão da monarca e deve ser visitado por 750 mil pessoas até segunda-feira (19).

Nesta fotografia de lapso de tempo, membros do público passam pelo caixão da rainha Elizabeth II enquanto ela está deitada no catafalco no centro de Westminster Hall no meio da noite de 17 de setembro de 2022 em Londres, InglaterraMembros do público passam pelo caixão da rainha Elizabeth II enquanto ela está deitada no catafalco no centro de Westminster Hall. Imagem: Chip Somodevilla / POOL / AFP

Nos últimos dias, os serviços de ambulâncias de Londres atenderam mais de 430 pessoas na fila de vários quilômetros ao longo do Tâmisa, a maioria por casos de desmaio.

O adeus à rainha Elizabeth acontece em um ambiente de recolhimento, solenidade e disciplina. Na sexta-feira à noite, no entanto, um homem foi preso ao sair da fila e tentar se aproximar do caixão, informaram as autoridades.

No mesmo dia, os britânicos registraram outro momento solene: o novo rei Charles III, 73 anos, e seus três irmãos Anne (72), Andrew (62) e Edward (58), ficaram próximos ao corpo de sua mãe por 15 minutos para a "Vigília dos Príncipes".

Ao contrário do velório celebrado na segunda-feira na Escócia, onde a monarca faleceu, Andrew vestiu seu uniforme militar, uma honra que a própria rainha havia retirado do filho por seu envolvimento em um escândalo sexual.

Na tarde de sábado será a vez dos oito netos da rainha, incluindo o príncipe herdeiro, William de Gales, e seu irmão Harry, que na semana passada apareceram em público ao lado de suas esposas, Catherine e Meghan.

O momento, que segundo a imprensa britânica foi possível após 45 minutos de "longas negociações", pretendia mostrar uma aproximação entre os filhos de Charles III e Diana depois que Harry e Meghan decidiram abandonar em 2020 a família real e mudar para a Califórnia.

"Funeral do século"

As autoridades britânicas se preparam para receber na segunda-feira (19) o primeiro funeral de Estado desde o do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, com a presença de dezenas de líderes mundiais.

"Posso confirmar que será o maior evento que a polícia londrina terá que administrar, maior que os Jogos Olímpicos de 2012", declarou o vice-comandante Stuart Cundy.

O "funeral do século" começará na segunda-feira às 10h GMT (7h de Brasília) na Abadia de Westminster, diante de doi mil convidados. Analistas calculam que será assistido por 4,1 bilhões de pessoas no mundo, graças à televisão e às redes sociais.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou presença, assim como o brasileiro Jair Bolsonaro e o rei da Espanha, Felipe VI.

O vice-presidente chinês, Wang Qishan, representará seu país. A China foi convidada ao funeral, ao contrário da Rússia, devido à guerra na Ucrânia, e um reduzido número de países, como Venezuela e Mianmar.

Alguns chefes de Governo já chegaram a Londres. A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, prestou homenagem na sexta-feira diante do caixão de Elizabeth II. Neste sábado, representantes de 14 países da Commonwealth devem fazer o mesmo.

Após o funeral, o caixão será transportado pela capital britânica até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner. No local, será colocado em um carro fúnebre para a última viagem até o Castelo de Windsor.

Uma última cerimônia privada, com a presença apenas dos integrantes mais próximos da família real, será celebrada e a rainha será sepultada às 19h30 (15h30 de Brasília).

O corpo da monarca mais longeva do Reino Unido permanecerá, ao lado de seu marido, na capela do rei George VI, onde estão os caixões de seu pai e sua mãe, assim como as cinzas de sua irmã Margaret.

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