Tempo de espera na fila para a despedida de Elizabeth II chega a 24 horas
Londres tem o último fim de semana de adeus da população antes do "funeral do século" na segunda-feira (19).
Milhares de britânicos desafiavam neste sábado (17) a longa fila de "pelo menos 24 horas" de espera para a despedida de Elizabeth II, antes do "funeral do século" na segunda-feira (19).
"A fila chegou a Southwark Park e o tempo de espera é de pelo menos 24 horas", anunciou o governo britânico, que alertou para uma possível nova suspensão do acesso à fila caso esta alcance a capacidade máxima.
Londres tem o último fim de semana de adeus da população à única soberana conhecida pela maioria dos britânicos até sua morte, em 8 de setembro, aos 96 anos, após sete décadas de reinado.
"Todos estamos aqui para agradecer a Sua Majestade por ser tão amorosa, carinhosa e reconfortante ao longo dos anos. E com um legado incrível", disse o ex-jogador de futebol David Beckham na sexta-feira (16) ao sair do Westminster Hall.
Leia também
• Papa Francisco não comparecerá ao funeral da rainha Elizabeth II
• Com a morte da rainha Elizabeth II, qual será a fortuna do rei Charles III? Veja a lista de bens
• Guarda real cai e é socorrido durante velório da rainha Elizabeth II; veja o vídeo
O edifício quase milenar, com teto de vigas de madeira, o mais antigo do complexo do Parlamento britânico, recebeu o caixão da monarca e deve ser visitado por 750 mil pessoas até segunda-feira (19).
Nos últimos dias, os serviços de ambulâncias de Londres atenderam mais de 430 pessoas na fila de vários quilômetros ao longo do Tâmisa, a maioria por casos de desmaio.
O adeus à rainha Elizabeth acontece em um ambiente de recolhimento, solenidade e disciplina. Na sexta-feira à noite, no entanto, um homem foi preso ao sair da fila e tentar se aproximar do caixão, informaram as autoridades.
No mesmo dia, os britânicos registraram outro momento solene: o novo rei Charles III, 73 anos, e seus três irmãos Anne (72), Andrew (62) e Edward (58), ficaram próximos ao corpo de sua mãe por 15 minutos para a "Vigília dos Príncipes".
Ao contrário do velório celebrado na segunda-feira na Escócia, onde a monarca faleceu, Andrew vestiu seu uniforme militar, uma honra que a própria rainha havia retirado do filho por seu envolvimento em um escândalo sexual.
Na tarde de sábado será a vez dos oito netos da rainha, incluindo o príncipe herdeiro, William de Gales, e seu irmão Harry, que na semana passada apareceram em público ao lado de suas esposas, Catherine e Meghan.
O momento, que segundo a imprensa britânica foi possível após 45 minutos de "longas negociações", pretendia mostrar uma aproximação entre os filhos de Charles III e Diana depois que Harry e Meghan decidiram abandonar em 2020 a família real e mudar para a Califórnia.
"Funeral do século"
As autoridades britânicas se preparam para receber na segunda-feira (19) o primeiro funeral de Estado desde o do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, com a presença de dezenas de líderes mundiais.
"Posso confirmar que será o maior evento que a polícia londrina terá que administrar, maior que os Jogos Olímpicos de 2012", declarou o vice-comandante Stuart Cundy.
O "funeral do século" começará na segunda-feira às 10h GMT (7h de Brasília) na Abadia de Westminster, diante de doi mil convidados. Analistas calculam que será assistido por 4,1 bilhões de pessoas no mundo, graças à televisão e às redes sociais.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou presença, assim como o brasileiro Jair Bolsonaro e o rei da Espanha, Felipe VI.
O vice-presidente chinês, Wang Qishan, representará seu país. A China foi convidada ao funeral, ao contrário da Rússia, devido à guerra na Ucrânia, e um reduzido número de países, como Venezuela e Mianmar.
Alguns chefes de Governo já chegaram a Londres. A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, prestou homenagem na sexta-feira diante do caixão de Elizabeth II. Neste sábado, representantes de 14 países da Commonwealth devem fazer o mesmo.
Após o funeral, o caixão será transportado pela capital britânica até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner. No local, será colocado em um carro fúnebre para a última viagem até o Castelo de Windsor.
Uma última cerimônia privada, com a presença apenas dos integrantes mais próximos da família real, será celebrada e a rainha será sepultada às 19h30 (15h30 de Brasília).
O corpo da monarca mais longeva do Reino Unido permanecerá, ao lado de seu marido, na capela do rei George VI, onde estão os caixões de seu pai e sua mãe, assim como as cinzas de sua irmã Margaret.