Transplante de córnea

Tempo de espera por um transplante de córnea no Brasil chega a 194 dias; veja levantamento

Fila para transplante de córnea no Brasil quase triplica em 10 anos, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)

Transplante de córneaTransplante de córnea - Foto: HFB/Divulgação

Um levantamento realizado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostrou que a média de espera para um transplante de córnea no Brasil é de 194 dias, equivalente a pouco mais de seis meses.

Segundo os dados providos pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), a fila de espera para o procedimento quase triplicou nos últimos 10 anos, 10.734, em 2014, para 28.937, em junho de 2024.

No país, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ocupam a liderança do ranking de pessoas aguardando o transplante, com cerca de 12.500 pacientes no total. No estado fluminense, por exemplo, a fila teve um salto de 50% no período de dois anos, de 2.898, em 2021, para 4.274, em 2023.

A presidente do Conselho, Wilma Lelis, aponta a pandemia da Covid-19 como um fator de grande impacto nos últimos anos o aumento da busca e o consequente crescimento da fila, pois os hospitais suspenderam ou reduziram a realização de procedimentos eletivos.

“Esse crescimento se deve, em parte, à interrupção de cirurgias eletivas durante a pandemia, bem como à insuficiência de doadores para atender à demanda crescente. Além disso, ainda enfrentamos o grande desafio de melhorar a gestão dos transplantes”, destacou Wilma Lelis, a presidente do Conselho, em comunicado.

Na contramão, Ceará e Amazonas tiveram uma queda no número de pessoas esperando o transplante de córnea, de 67% e 77%, respectivamente. Os estados de Amapá e Roraima não tiveram dados coletados durante o período analisado.

Dessa forma, efetivamente, 146.534 pessoas receberam uma nova córnea no período de 2014 a junho de 2024. Até junho deste ano foram registrados um total de 8.218 transplantes de córneas e escleras no país, quase três mil deles apenas em São Paulo.

Para zerar completamente a fila, segundo as estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), seria necessário praticamente dobrar a capacidade anual de transplantes realizados. Atualmente, 651 equipes treinadas atuam no território brasileiro, com a maior concentração dos profissionais no Sudeste.

Com a maior quantidade de equipes, São Paulo conta com 210, seguido por Minas Gerais (72), Rio de Janeiro (65) e Espírito Santo (31).

Recorde na espera
As maiores médias de tempo estão no Maranhão, onde a espera pode levar 595 dias e no Pará, com 594 dias, em torno de 19 meses. Já o recorde de período transcorrido de aguardo foi 16 anos, no Rio de Janeiro.

Lelis aponta a conscientização sobre a doação de órgãos e um maior investimento na infraestrutura como cruciais para reverter o cenário.

“A continuidade de campanhas educativas e a melhoria no sistema de captação e distribuição de córneas são algumas das medidas necessárias para reverter essa tendência preocupante”, ressalta.

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