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Temporal no Rio: veja quem são os desaparecidos após desabamento em São Gonçalo

Pai, mãe e criança da mesma família ficaram soterrados nos escombros em desabamento na segunda-feira (13)

Uma mulher morreu e mais de 235 moradores ficaram desalojadosUma mulher morreu e mais de 235 moradores ficaram desalojados - Foto: Reprodução

Cerca de 48 horas após o temporal que causou o deslizamento de um barranco no bairro Engenho Pequeno, em São Gonçalo, em que uma mulher morreu e mais de 235 moradores ficaram desalojados, o município segue em estado de emergência. Na manhã desta quarta-feira, após virarem a madrugada retirando escombros, o Corpo de Bombeiros segue realizando buscas para tentar localizar três pessoas da mesma família que ainda estão desaparecidas.

Na terça (14), o município de São Gonçalo, na Região Metropolitana, voltou a sofrer com fortes chuvas. Imagens compartilhadas por moradores nas redes sociais mostravam trechos de ruas alagadas.

No entanto, a tragédia de segunda-feira está longe de chegar ao fim. Parentes e familiares de Alan Santiago Cabral, de 45 anos, Rosilene Pereira Santiago, 34, e Maitê Santiago Pereira, 4 anos, aguardam incansavelmente por qualquer informação que ajude as equipes de buscas.

Segundo vizinhos, a família, que mora no bairro há mais de 30 anos, era conhecida por todos pela simpatia e simplicidade. A diretora da Escola Suzane Izahias, que fica há poucas ruas de onde o deslizamento ocorreu, relatou que Rosilene Pereira estava animada com o ano letivo da filha. No início de fevereiro ela matriculou a pequena Maitê na creche. Era a primeira vez que a criança frequentava uma unidade escolar.

Maitê era uma criança muito feliz. Animada e muito carinhosa. A mãe dela estava radiante porque conseguiu matricular a menina na creche. Era para ser um ano mágico e divertido. Eu vim aqui ajudar a família assim que fiquei sabendo do ocorrido. É muito triste ver tudo isso. Não consigo imaginar que algo assim iria acontecer com ela, uma menina tão feliz, lembrou Elza Irani.

Segundo parentes, Allan costumava passar o dia fora trabalhando como ajudante. Ele tinha o hábito de chegar em casa por volta das 18h. Na segunda-feira, antes do temporal tomar conta do bairro e causar alagamentos, ele avisou a sogra que iria ao mercado com a esposa e a filha.

Rosilene, pontualmente, buscava a Maitê na creche. No dia da tragédia, passou na unidade mais cedo por estar com medo da chuva que estava se formando.

Ela era uma pessoa muito preocupada com a filha. Veio aqui buscá-la um pouco antes, preocupada com o temporal. Lamento que mesmo tendo todo o cuidado, essa tragédia tenha ocorrido com elas, comentou um dos funcionários da creche.

Daniel Pires, de 34 anos, amigo de infância de Allan, não estava em casa quando a tempestade ocorreu. Ele conta que ficou sabendo do desabamento após ser informados por parentes. Daniel trabalha embarcado e estava voltando para casa quando tudo aconteceu. Preocupado com o deslizamento, chegou a ligar para o amigo que atendeu, mas não conseguiu falar por conta da falha no sinal telefônico.

Ele lembra que a última fala de Allan ao telefone foi: “Alô, quem está falando”, deligando em seguida. Nesse momento, a enxurrada de lama já tinha vindo abaixo e atingido as duas casa, dele e do amigo.

A gente nunca imaginaria que algo assim fosse acontecer. Estamos mais preocupados com a família que está ali. Somos nascidos e criados nesse bairro. Amigos de infância. Eles eram pessoas de bem, pessoas maravilhosas. Minha família não estava em casa por sorte. Retirei alguns móveis de casa por segurança. Não sei como será os próximos dias. Material a gente trabalha e recupera, agora o importante é a vida deles, lamentou Daniel.

A mãe de Rosilene, Rosiane Pereira Gomes, de 51 anos, não aceitou dar entrevistas. Abalada e com semblante abatido, o olhar paralisado da aposentada evidenciava a dor de quem não queria acreditar no que estava vendo. Sentada na porta de uma vizinha esperando por informações da filha, discretamente sussurrou:

Tem caminhão entrando e saindo com restos das coisas da casa da minha filha. Eu não estou bem. Estou sentindo um aperto no peito. Quero que minha filha, minha neta e meu genro saiam logo daquela lama para que eu possa abraçá-la e ir com ela para o hospital, lamentou.

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