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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Tensão entre Israel e Hezbollah aumenta temor de expansão da guerra de Gaza

A fronteira entre Israel e Líbano é cenário de confrontos de artilharia quase diários desde 7 de outubro

Profissionais de saúde palestinos desenterram um corpo enterrado pelas forças israelenses no complexo do hospital Nasser em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.Profissionais de saúde palestinos desenterram um corpo enterrado pelas forças israelenses no complexo do hospital Nasser em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. - Foto: AFP

O Exército israelense bombardeou nesta quinta-feira (20) a Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que aumenta a tensão na fronteira israelense-libanesa, com as ameaças do líder do Hezbollah a Israel e o anúncio de uma possível ofensiva no Líbano.

A fronteira entre Israel e Líbano é cenário de confrontos de artilharia quase diários desde 7 de outubro, data do início da guerra entre o Estado hebreu e o grupo islamista palestino Hamas em Gaza.

O líder do Hezbollah libanês, Hasan Nasrallah - aliado do Hamas - advertiu na quarta-feira que "nenhum lugar" de Israel estaria a salvo dos mísseis do grupo caso o governo israelense inicie uma nova frente de batalha em sua fronteira norte.

Durante uma visita ao norte de Israel, o comandante do Exército israelense, general Herzi Halevi, afirmou que o país tem "capacidades infinitamente superiores" aos recursos do Hezbollah.

Na manhã desta quinta-feira, a situação era calma na área da fronteira.

Na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas e destruída por mais de oito meses de guerra, os bombardeios israelenses não dão trégua.

No campo de refugiados de Nuseirat, no centro do território palestino, duas pessoas morreram em um bombardeio, segundo fontes médicas.

Testemunhas também relataram disparos de tanques em Zeitun, bairro da Cidade de Gaza, no norte, e nos campos de Bureij e Maghazi.

Rafah, no extremo sul do território, é cenário de confrontos entre soldados israelenses e combatentes palestinos, segundo uma fonte do braço armado do Hamas.

Reduzir a tensão
A guerra começou em 7 de outubro, quando combatentes islamistas mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

O Exército israelense afirma que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, incluindo 41 que teriam morrido.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva que deixou pelo menos 37.431 mortos em Gaza, também civis na maioria, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.

O conflito também gerou uma catástrofe humanitária, que, segundo a ONU, deixa os moradores de Gaza à beira de uma crise de fome.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta uma onda de críticas internas e externas por sua gestão da guerra e por não ter conseguido libertar os reféns.

Mas o chefe de Governo, que lidera uma coalizão de forças nacionalistas, ultraconservadoras e do judaísmo ortodoxo, afirma que vai prosseguir com a guerra até "aniquilar" o Hamas, considerado uma organização "terrorista" por Israel, União Europeia (UE) e Estados Unidos.

Um emissário do presidente americano Joe Biden, Amos Hochstein, que visitou Israel e Líbano esta semana, afirmou que é "urgente" diminuir a tensão na fronteira e defendeu o plano de cessar-fogo para a Faixa de Gaza presentado em 31 de maio por Biden.

Nenhum lugar a salvo
O Exército israelense anunciou na terça-feira que tinha uma "ofensiva" preparada contra o Hezbollah, apoiado e financiado pelo Irã, após semanas de intensificação da troca de disparos dos dois lados da fronteira.

O chanceler do país, Israel Katz, ameaçou destruir o Hezbollah em uma "guerra total".

"O inimigo sabe muito bem que nos preparamos para o pior [...] e que não haverá nenhum lugar [...] a salvo de nossos foguetes", declarou o líder do Hezbollah na quarta-feira.

Os disparos de foguetes contra Israel poderiam ser efetuados de "terra, ar e mar", acrescentou.

Nasrallah também fez ameaças ao Chipre, afirmando que o país do Mediterrâneo e membro da União Europeia seria considerado como "parte da guerra" se autorizasse Israel a usar seus aeroportos e bases para atacar o Líbano.

"A República do Chipre não está envolvida de forma alguma nesta guerra", declarou o presidente cipriota, Nikos Christodoulides, em um comunicado.

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