Terremoto deixou dois mortos e mais de 3 mil imóveis danificados no México
Data marca o registro de outros dois terremotos, ocorridos em 1985 e 2017
Autoridades anunciaram, nesta terça-feira (20), duas mortes no terremoto de magnitude 7,7 que abalou grande parte do México na véspera, quando eram lembrados os dois grandes terremotos ocorridos na mesma data em 1985 e 2017.
Uma mulher morreu no desabamento de um muro em Manzanillo, estado de Colima (oeste), informou Laura Velázquez, chefe da Defesa Civil federal. Na mesma localidade, um homem perdeu a vida na queda do teto de uma estrutura comercial, acrescentou.
Outras nove pessoas ficaram feridas em Colima, enquanto 26 receberam atendimento hospitalar em Coahuayana, município do estado vizinho de Michoacán, epicentro do tremor, registrado às 13h05 locais.
"Tivemos sorte, porque foi um tremor de intensidade considerável. A perda de vidas humanas é lamentável, declarou o presidente Andrés Manuel López Obrador em sua entrevista coletiva matinal.
Em Michoacán também foram registrados danos em 3.161 residências, 89 estabelecimentos de ensino, 21 centros de saúde e três igrejas de várias localidades, além de pequenos danos em pontos rodoviários, o que levou o governo a decretar estado de emergência, a fim de liberar recursos.
Em Colima, houve danos em mais de 150 residências e outras instalações. Segundo autoridades, até o momento foram registradas quase 700 réplicas, sendo a mais forte de magnitude 5,8, ocorrida durante a madrugada.
O tremor principal ocorreu menos de uma hora depois de milhões de pessoas participarem da simulação de terremoto realizada há 21 anos no dia 19 de setembro.
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Esse foi o terceiro sismo registrado em 19 de setembro na história do México, depois do ocorrido em 1985, com magnitude de 8,1 graus, que deixou mais de 10.000 mortos, a grande maioria na capital. Nessa mesma data, em 2017, outro sismo, de 7,1 graus, impactou o centro do país, deixando 369 mortos.
O tremor desta segunda-feira ocorreu com apenas nove minutos de diferença com relação ao de 2017. "A ocorrência de três sismos de magnitude superior a 7 no dia 19 de setembro é uma coincidência. Não há nenhuma razão científica que o explique", observou o Serviço Sismológico Nacional.
"Acho que se pode, sim, estudar qual é a possível origem do que se chama de aniversário de um sismo (...), mas neste momento não podemos dizer nada contundente", acrescentou Luis Quintanar, secretário acadêmico do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autônoma do México.
Alto risco
Embora no geral os moradores da capital aceitem a explicação científica, o desconcerto impulsiona outras pessoas a fazerem todo tipo de conjectura.
"É muita coincidência! Não descarto que pudesse ser um sinal divino", disse à AFP Federico García, de 57 anos, em meio ao barulho de ambulâncias.
Usuários de redes sociais registraram a queda de muros e vidraças quebradas em prédios da cidade, que com a região metropolitana soma 22 milhões de habitantes.
Grande parte da capital mexicana está localizada em cima de um antigo lago, portanto, seu subsolo é lamacento e as correntes telúricas são mais intensas que em terrenos firmes.
O sismo de 2017 foi de magnitude menor ao desta segunda, mas o epicentro foi um dos 160 km da capital, enquanto este último foi a cerca de 600 km de distância.
O México registra uma alta atividade sísmica por estar no Círculo de Fogo do Pacífico, que une a América à Ásia e onde ocorre a maioria dos terremotos do mundo.