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MARROCOS

Terremoto: "Eram blocos de rocha caindo sobre pessoas", conta geólogo

Equipe do Rio Grande do Norte vivenciou o terremoto em Marrocos e conta detalhes da tragédia

Equipe do Geoparque Seridó, no Rio Grande do Norte, estava em Marrocos para conferência da ONUEquipe do Geoparque Seridó, no Rio Grande do Norte, estava em Marrocos para conferência da ONU - Foto: MARROCOS_GEORPARQUE_SERIDÓ

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Era fim do jantar e a equipe do Geoparque de Seridó, do Rio Grande do Norte, aguardava um táxi, quando sentiu o chão tremer “meio que em ondas que vibravam”.

“A gente se abrigou na praça. Sentimos pela segunda vez outro abalo de menor magnitude e um mais leve, no final”.

Quem traz o relato é o geólogo Marcos Nascimento, do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenador científico do Geoparque Seridó.

Ele e mais três integrantes da comitiva do parque estavam em Marrakech, no Marrocos, no momento em que a cidade foi atingida por um terremoto de magnitude 6.8 na escala Richter no último dia 8. O grupo participava da 10ª Conferência Internacional de Geoparques Mundiais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O geólogo conta que, por todo lado, ouviam-se sirenes e via-se comboios de ambulâncias. O número de mortos já passa de 2 mil, conforme últimos dados do governo local.

Nascimento explica que a cidade de Marrakech fica próxima da região das altas montanhas, chamada Alto Atlas, onde há o encontro de duas placas tectônicas, da África e da Europa.

Essas placas colidiram-se, provocando o forte tremor no país, localizado no norte da África, por volta das 23h20 (19h20 no Brasil) da última sexta-feira.

A medina, onde estão as construções mais antigas e importante ponto turístico, foi a área mais afetada de Marrakech.

“Não são preparadas [as construções] para esse tipo de impacto e muitas foram demolidas. Com isso, se gerou um caos, porque eram blocos de rocha caindo sobre pessoas, sobre casas e carros. E a gente lá, no meio de tudo isso”, relata Nascimento à Agência Brasil.

Marraquexe, Marrocos
O terremoto aconteceu no último dia 8, na cidade de Marrakech, no Marrocos, onde a comitiva do Geoparque Seridó (RN) participada de uma conferência da Unesco

Após o terremoto, a equipe entrou em contato com as demais comitivas brasileiras e soube que todos estavam bem. O grupo do Geoparque Seridó deixou o Marrocos e já está em Portugal para missões técnicas. Eles regressam a Natal no próximo sábado (16).

Ajuda
Com o cancelamento das atividades da conferência em razão do terremoto, os conferencistas participaram de mutirões para ajudar a população local, com doação de sangue e dinheiro. “Houve também doação de dinheiro de quem pagou inscrição para participar da excursão que seria realizada hoje e teria direito à devolução do dinheiro. Essa doação foi para ajuda humanitária na região de Marrakech e no entorno”, disse.

A conferência reuniu 195 geoparques mundiais da Unesco de cerca de 50 países.

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