Terremoto incomum e réplica atingem Nova York sem deixar danos; tremor para reunião da ONU
Tremor interrompeu reunião do Conselho de Segurança da ONU
Um terremoto incomum de magnitude 4,8, seguido de uma réplica, sacudiu os arredores de Nova York nesta sexta-feira (5), provocando leves tremores durante alguns segundos em vários bairros da cidade e interrompendo uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza.
O terremoto ocorreu "às 14h23 GMT [10h23 no horário local e 11h23 no horário de Brasília], 7 quilômetros a nordeste de Whitehouse Station, Nova Jersey", estado fronteiriço de Nova York, do outro lado do rio Hudson, e a uma profundidade de 5 quilômetros, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Uma réplica de magnitude 4 foi registrada às 21h59 GMT (17h59 locais, 18h59 em Brasília) também em Nova Jersey, informou o USGS. Não há registros de feridos ou danos significativos.
O primeiro tremor foi sentido em vários bairros dos distritos de Manhattan e Brooklyn, provocando uma mobilização geral dos meios de comunicação americanos e uma avalanche de mensagens nas redes sociais.
Leia também
• Sete corpos desmembrados são encontrados em cidade do México
• México concede asilo a ex-vice do Equador em plena crise diplomática
• Dois candidatos às eleições municipais são assassinados no México
Dominika Uniejewska, gerente de uma loja em Lebanon, Nova Jersey, epicentro do terremoto, disse à AFP que "estava dormindo" quando o terremoto aconteceu. "No início, não entendi o que estava acontecendo porque nunca havia vivenciado um terremoto tão forte".
"A casa toda tremia muito, a cama tremia e fazia barulho, um barulho muito alto", disse.
No Brooklyn, os edifícios tremeram, fazendo soar portas de armários e acessórios, segundo um correspondente da AFP.
"Estou nervosa, estou tremendo. Meu Deus [...], isso nunca aconteceu aqui [...] Muita gente está assustada", afirmou Ana Villagrán, uma moradora de 62 anos à AFPTV.
O presidente Joe Biden foi informado do evento e a Casa Branca fez "contato com autoridades federais e locais", segundo sua porta-voz Karine Jean-Pierre. "As coisas voltaram à normalidade", garantiu pouco depois o mandatário.
"AINDA ESTOU BEM", brincou, após a réplica, o perfil do arranha-céu Empire State Building na rede X, que, depois do primeiro sismo, já havia feito uma publicação em tom bem-humorado informando que estava em boas condições.
Os moradores da cidade também publicaram fotos de cadeiras de jardim tombadas com mensagens irônicas como: "Vamos reconstruí-la."
Mas as autoridades pediram cautela. "Não temos informações neste momento sobre danos significativos, [mas] continuamos a avaliar a situação", escreveu Fabien Levy, porta-voz do prefeito de Nova York, Eric Adams, na rede X.
Na sede das Nações Unidas, as câmeras que filmavam uma reunião do Conselho de Segurança sobre a crise humanitária em Gaza começaram a tremer.
A representante da ONG Save the Children, Janti Soeripto, interrompeu um discurso em que falava sobre fome e mortes. "É um terremoto?", perguntou.
A reunião foi suspensa pela segunda vez quando os telefones começaram a tocar e vibrar devido aos alertas automáticos de emergência enviados pelo município.
A Agência Americana de Aviação Civil (FAA) alertou que os aeroportos do nordeste poderiam encontrar dificuldades, citando os de Nova York, Nova Jersey, Filadélfia e Baltimore, em Maryland.
Mas o aeroporto JFK de Nova York informou na rede X que estava "aberto e operacional" e que "os aviões estão decolando e pousando".
"Os terremotos são raros, mas não impossíveis, ao longo da costa atlântica, uma região que um estudo chamou de 'margem passiva-agressiva' porque não há uma limite ativo de placas tectônicas", mas há tensões, segundo o USGS.