Tesouro dos EUA não vê evidências de contração do crédito devido a crise bancária
"Não vi evidências neste ponto que sugiram uma contração do crédito", afirmou a secretária em entrevista coletiva
A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, afirmou nesta terça-feira (11) que não observa uma contração do crédito para lares e empresas devido à crise bancária recente.
"Não vi evidências neste ponto que sugiram uma contração do crédito", afirmou a secretária em entrevista coletiva, paralelamente às reuniões da primavera do FMI e do Banco Mundial em Washington.
Janet Yellen reconheceu que este extremo é uma possibilidade, ao mesmo tempo em que enfatizou a solidez e a resiliência do sistema bancário americano: "A economia americana se comporta excepcionalmente bem".
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O FMI revisou para cima suas previsões de crescimento deste ano para os Estados Unidos, maior economia mundial. "Não espero uma desaceleração da economia, embora isto continue sendo um risco", expressou a secretária.
Para a economia mundial, as perspetivas são “razoavelmente boas”, embora existam “riscos”, sobretudo os decorrentes da guerra na Ucrânia, disse Janet, que mencionou a reestruturação da dívida dos países pobres, um tema em que existe "espaço considerável para melhorar".
Segundo a funcionária, espera-se "uma discussão sólida" sobre o assunto entre os países credores e devedores nesta semana, em Washington. "Quase metade dos países de receita baixa estão superendividados ou perto disso", assinalou.
Entre os principais credores está a China, país criticado com frequência por sua falta de vontade relacionada à reestruturação de dívidas. Em entrevista à AFP na semana passada, no entanto, Yellen destacou "o sinal positivo" de Pequim na reestruturação da dívida do Sri Lanka, que recebeu do FMI um resgate de quase US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões).