Testamento de Berlusconi: saiba quem é Marta Fascina, que herdou R$ 527 milhões
Ex-primeiro-ministro italiano tinha fortuna estimada pela Forbes em 6,4 bilhões de euros (R$ 33 bilhões)
Última companheira do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, a política italiana Marta Fascina foi contemplada com uma fortuna de 100 milhões de euros (cerca de R$ 527 milhões), conforme consta no testamento do magnata dos meios de comunicação, morto em 12 de junho aos 86 anos. O documento foi tornado público nesta quinta-feira.
Com 33 anos, Marta é a presidente do Forza Italia, o partido de centro-direita fundado por Berlusconi em 1994. Antes de assumir protagonismo político, ela se formou em Literatura e Filosofia pela Universidade Sapienza, de Roma.
Marta conheceu Berlusconi após começar a trabalhar no AC Milan como assessora de imprensa. O magnata foi dono do clube de futebol até 2017, quando vendeu a propriedade para um consórcio chinês.
As aspirações políticas vieram depois, com a publicação de artigos para um jornal que apoiava o Forza Italia. Os textos repercutiram e seu nome foi lançado para as eleições. Ela foi eleita para o cargo de deputada pela Sicília.
"Festival do amor"
Envolvido em escândalos sexuais, Berlusconi batizou de "festival do amor" o casamento simbólico que realizou com Marta, em março do ano passado. O casal estava junto desde 2020, quando o ex-primeiro-ministro se separou de Francesca Pascale, com quem passou 12 anos.
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Na celebração, Berlusconi cantou uma serenata para Marta, que não estava totalmente satisfeita pelo fato da cerimônia não ser um matrimônio oficial. Os dois não tiveram filhos.
Divisão da fortuna
Marta se beneficiou de um legado importante, mas modesto, dado o montante do espólio do empresário, estimado pela Forbes em 6,4 bilhões de euros (R$ 33 bilhões). A maior parte da fortuna irá para os cinco filhos, nascidos de dois casamentos, para quem o testamento foi lido na véspera. O conteúdo do documento foi divulgado pela agência italiana Ansa.
As disposições relativas às múltiplas participações imobiliárias ou mesmo aos iates de Berlusconi não foram reveladas, até o momento.
Marina e Pier Silvio Berlusconi, nascidos do primeiro casamento do magnata da mídia com Carla Dall'Oglio, herdam juntos 53% da empresa familiar Fininvest, disse à AFP uma fonte financeira após a abertura do testamento. Os outros três filhos, Luigi, Eleonora e Bárbara, frutos do segundo casamento com a ex-atriz Verónica Lario, dividem os 47% restantes.
Berlusconi havia tomado essa decisão em relação à sucessão na Fininvest em 2006, pouco antes de ser hospitalizado em Milão.
A empresa familiar controla uma série de empresas, incluindo o grupo de televisão MediaForEurope (ex-Mediaset), dirigido por Pier Silvio Berlusconi; as edições Mondadori, presidida por Marina Berlusconi; e o banco Mediolanum.
O resultado líquido da Fininvest caiu 44% para 200 milhões de euros (pouco mais de R$ 1 bilhão) no ano passado, enquanto o seu volume de negócios se manteve praticamente estável nos 3,8 milhões de euros (R$ 20 milhões).
Documento revela última mensagem
O testamento de Berlusconi, que dominou a vida política italiana por décadas, foi acompanhado por uma frase manuscrita dirigida a seus filhos: "Obrigado. Sinto muito amor por todos vocês. Seu pai".
Berlusconi, cujas origens patrimoniais permanecem envoltas em mistério, também deixa 100 milhões de euros (R$ 527 milhões) ao irmão Paolo, bem como 30 milhões de euros (R$ 158 mlhões) ao amigo e sócio Marcello Dell'Utri, cofundador da Forza Italia. Dell'Utri, foi preso na década de 2010 por atuar como intermediário entre Berlusconi e a máfia siciliana Cosa Nostra, nos anos 1970.
As disposições relativas a Marta Fascina e Dell'Utri, escritas a tinta preta e contidas em envelope não lacrado, datam de janeiro de 2022 e são assim justificadas pelo seu autor: "Pelo carinho que tive por eles e que eles tiveram por mim".