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Thiago Faria: novo júri em dezembro

Acusado de aliciar pistoleiros ainda será julgado. Na sexta-feira, mandante e executor foram condenados, e outro réu, absolvido

Voto eletrônicoVoto eletrônico - Foto: Wilson Dias/ABr

O próximo passo da busca por justiça contra os responsáveis pela morte do promotor Thiago Faria Soares será dado em 12 de dezembro deste ano, data do julgamento de José Maria Domingos Cavalcante, 56 anos. Ele é apontado como a pessoa que contratou os pistoleiros que executaram a vítima na PE-300, entre Águas Belas, onde Thiago morava, e Itaíba, onde trabalhava. Seria julgado na última segunda-feira (24), mas seu advogado faltou sem apresentar justificativa e terá que pagar uma multa de 30 salários mínimos (R$ 26,4 mil). Outros três réus foram julgados e receberam o veredito na madrugada de sexta-feira (28).

Saiba mais:
Dois réus são condenados pelo assassinato do promotor Thiago Faria


Condenado como mandante do crime, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 57, compadre de Cavalcante, recebeu uma pena de 50 anos e quatro meses em regime fechado. Como foi preso em 28 de outubro de 2014, restam 48 anos e quatro meses para cumprir. José Marisvaldo Vitor da Silva, o “Passarinho”, 53, que trabalhava para Rosendo e teria informado o paradeiro de Thiago Faria aos executores no dia do crime, foi condenado a 40 anos e oito meses em regime fechado. Restam-lhe 31 anos e oito meses a cumprir. Foram negados os pedidos de ambos de apelar em liberdade.

Adeildo Ferreira dos Santos, empregado de Cavalcante na fazenda dele, em Buíque, também no Agreste, foi absolvido. Segundo o processo, ele seria um dos executores.

Além da morte de Thiago, os réus foram julgados pela tentativa de homicídio de Mysheva Freire Ferrão Martins, 33, noiva do promotor na época, e do tio dela, Adautivo Elias Martins. Ambos estavam no carro da vítima em 14 de outubro de 2013, quando houve o atentado.

Por 11 meses, as investigações foram feitas pela Polícia Civil. O caso passou para a Polícia Federal em setembro de 2014, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) indicar que o crime estaria inserido num contexto de atuação de grupos de extermínio na região.

Em outubro, Rosendo, o “Zé Maria de Mané Pedro”, foi preso. Cavalcante e Adeildo foram detidos em dezembro, mesmo mês em que o inquérito foi fechado. Genessy Carneiro de Andrade, que teria facilitado a fuga do grupo, também foi indiciado por participação no crime. A Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no início de 2015. Um quinto réu, Antônio Cavalcante Filho, irmão de José Maria Cavalcante, está foragido e teve o processo desmembrado.

Na sexta-feira, após o resultado, familiares de Thiago Faria garantiram que voltarão para o julgamento de Cavalcante e esperam que o irmão dele seja preso. Deixaram claro que a busca por justiça apenas começou. “Uma mãe não abandona o filho, não. Ele está aqui comigo e eu estou com ele”, disse Maria do Carmo Soares, mãe do promotor. “A justiça foi feita em parte, porque ainda tem uma pessoa foragida, uma pessoa que será julgada”, observou Daniel Faria, irmão da vítima.

Defesa pretende recorrer da decisão

Os advogados de José Maria Pedro Rosendo Barbosa e José Marisvaldo Vitor da Silva anunciaram que pretendem recorrer da condenação. Anderson Flexa, que defende “Passarinho”, falou com a Imprensa logo após o veredito. “Um dos acusados foi absolvido e entendemos que não havia justificativa para condenar nenhum deles. Não há prova consistente”, declarou.

Já procuradores do MPF haviam reconhecido, na fase de debates, que a participação de Adeildo Ferreira dos Santos no crime era menor que a dos outros dois réus e pediram uma pena menor, mas se comprometeram que, caso ele fosse inocentado, a instituição não recorreria da decisão.

Após o resultado, o advogado que representa a família de Thiago Faria na assistência de acusação, André Canuto, confirmou que não haveria recurso. Por ter sido amigo da vítima, ele também se emocionou e foi consolado pela mãe do promotor. “Acho que o resultado reflete o que eu já falava desde o primeiro dia. Que as provas dos autos eram contundentes”, disse.

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