TI Macaxeira tem linhas com alta demanda e ônibus superlotados já na saída do terminal
Quarto equipamento visitado por série de reportagens, terminal é um dos mais citados pelos usuários quando se trata de reclamações
Um dos principais terminais integrados da Região Metropolitana do Recife (RMR), o TI Macaxeira é um dos mais citados pelos usuários do transporte público quando se trata de reclamações. Entre os problemas mencionados pelos usuários estão as filas extensas e a consequente superlotação dos ônibus que saem do terminal e a irregularidade nos horários de determinadas linhas.
Mais de 52 mil pessoas utilizam o Terminal da Macaxeira diariamente, de acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte. Inaugurado em 1992, o equipamento – localizado entre os bairros de Dois Irmãos e Macaxeira – opera, atualmente, com 14 linhas de ônibus.
Quem se locomove a partir do terminal diariamente diz que, mesmo com mudanças pontuais, como melhorias estruturais e o reforço no efetivo de fiscais, os transtornos antigos seguem incomodando. Para a servidora pública Elizabeth Gomes, de 38 anos, a situação atual do TI não mudou significativamente desde que ela começou a utilizar o equipamento, em 2011. “É um terminal que está sempre superlotado. A gente enfrenta filas enormes para entrar em ônibus cheios. A demanda parece que fica maior a cada dia, mas a quantidade de veículos disponíveis não muda”, reclama Elizabeth, que pega o 1964 - TI Igarassu/TI Macaxeira todos os dias para ir ao trabalho.
Leia também
• Folha de Pernambuco comemora 25 anos de história com diretoria e colaboradores
• Projeto nacional dará consultoria gratuita a micro, pequenos e MEIs de Pernambuco
• Pernambuco deve faturar R$ 49 milhões com a Páscoa, diz Fecomércio-PE
A persistência dos problemas também é citada pela auxiliar de cozinha Ione da Silva, de 26 anos, que relatou à reportagem da Folha de Pernambuco um acidente causado pela superlotação em um ônibus. “Parece que a cada dia a situação piora e a gente não vê melhorias. Na maioria das vezes nós pegamos o ônibus lotado, isso não é nada seguro para os passageiros. Já vi uma idosa cair de um veículo que saiu da integração quando o motorista abriu a porta na parada”.
Apesar da presença dos fiscais, profissionais responsáveis pelas organizações das filas e por dar orientações aos passageiros, usuários citam a falta de espaço no terminal como um fator que potencializa a desorganização das filas.
O porteiro Daniel Nascimento, de 34 anos, que usa o 207 - Barro/Macaxeira (BR-101), reclama do desconforto nos ônibus que saem da Macaxeira e diz que confusões entre as filas são comuns. “As condições aqui [na Macaxeira] não são nada boas. Os ônibus sempre saem lotados, o passageiro não tem conforto nenhum e raramente vai sentado. Além disso, problemas de filas desorganizadas são bem comuns; às vezes as filas ficam muito longas e, como são muitas linhas que saem do terminal, elas acabam se entrecruzando”.
Daniel se queixa, ainda, da inconsistência nos horários, problema citado também por outros usuários ouvidos pela reportagem. “Os horários são muito irregulares, já cheguei muitas vezes atrasado no trabalho”, diz o porteiro.
A irregularidade nos horários também afeta Maria Janielly, de 32 anos, cuidadora de idosos. “Os ônibus demoram muito para passar, isso faz com que, muitas vezes, a gente atrase no trabalho e tenha que ficar dando explicações aos patrões. Fora isso, ainda temos que enfrentar ônibus superlotados, com o maior empurra-empurra. A demanda é grande, então, para resolver a situação, tem que colocar mais ônibus”, conta a usuária da linha 641 - TI Macaxeira/Encruzilhada.
Integração temporal
Desde o dia 25 de março, duas linhas interterminais passaram a funcionar no esquema de integração temporal. No TI Macaxeira, foram instaladas catracas nas filas dos ônibus 964 - TI Igarassu/TI Macaxeira e 1906 - TI Pelópidas/TI Macaxeira, na altura da porta do meio. Outras cinco linhas que operam na Macaxeira já funcionavam no mesmo esquema.
Mesmo não afetando a todos os usuários do terminal no momento, passageiros reprovam a medida e temem que ela seja implementada em outras linhas. A servidora pública Elizabeth Gomes, de 38 anos, lembra que imprevistos podem fazer com que a duração das viagens supere as duas horas de carência, contado a partir do embarque do passageiro no primeiro ônibus.
“Essa integração temporal nem sempre funciona. Se a gente fica preso no trânsito, corremos o risco de perder o prazo e pagar outra passagem. Fora isso ainda tem outras situações que atrasam, como o fato de que os motoristas precisam cobrar e dirigir, o que faz com que a gente perca tempo”, diz Elizabeth.
“Muitas vezes a gente perde o prazo de duas horas da integração temporal porque no trajeto costuma ter congestionamentos e podem acontecer outras coisas, como protestos”, diz a assistente de cozinha Ione da Silva.