Ex-testemunha de Jeová mata seis pessoas em sua comunidade em Hamburgo
As vítimas mortais foram quatro homens e duas mulheres com idades entre 33 e 60 anos
Um ex-membro das Testemunhas de Jeová matou seis membros de sua antiga comunidade na cidade alemã de Hamburgo, com a qual ele entrou em conflito, e depois cometeu suicídio, disseram as autoridades nesta sexta-feira (10).
O ataque ocorreu na noite de quinta-feira (9) durante uma atividade religiosa organizada por esta comunidade.
O agressor foi identificado como um homem de 35 anos chamado Philipp F., que deixou a comunidade há cerca de 18 meses, "aparentemente não em boas condições", disse um oficial da polícia a repórteres.
Leia também
• Pesquisadores mapeiam cérebro da larva de mosca e dão passo para entender a mente humana
• Nasa anunciará em abril os astronautas que darão volta na Lua
• Desastres naturais causaram R$ 401,3 bilhões de prejuízos
As vítimas mortais foram quatro homens e duas mulheres com idades entre 33 e 60 anos.
Oito pessoas também ficaram feridas, incluindo uma grávida de sete meses que perdeu o filho que esperava, que foi contabilizado pela polícia alemã entre as vítimas fatais em seu balanço.
O agressor cometeu suicídio logo após os policiais invadirem o prédio.
"Ele fugiu para o primeiro andar" do prédio onde os membros da comunidade estavam reunidos para as orações "e se matou", disse o ministro do Interior da cidade-Estado de Hamburgo, Andy Grote, à imprensa.
A rápida chegada das forças de segurança, que interromperam o massacre, permitiu evitar um maior número de mortos, segundo as autoridades.
Os motivos do ataque são desconhecidos, embora no momento o Ministério Público de Hamburgo diga que não vê um motivo "terrorista" por trás do massacre e que o agressor poderia sofrer de transtornos psiquiátricos.
O homem, que não tinha antecedentes criminais, "tinha raiva de membros de congregações religiosas, principalmente das Testemunhas de Jeová e de seu ex-empregador", explicaram as forças de segurança.
A polícia recebeu uma "carta anônima" em janeiro, afirmando que Philipp F. sofria de uma "doença psiquiátrica" não confirmada por nenhum médico porque "se recusou a consultar" um especialista.
O agressor invadiu o prédio, localizado em uma grande avenida desta cidade do norte da Alemanha. Segundo a revista Der Spiegel, havia cerca de cinquenta pessoas reunidas para uma sessão de oração.
"Ato de violência brutal"
As forças de segurança foram chamadas por volta das 21h15 (17h15 no horário de Brasília) após disparos contra o prédio de três andares, localizado no bairro de Gross Borstel, disse um porta-voz da polícia.
"Ouvi tiros e os reconheci imediatamente porque vivi em países em guerra", disse à AFP uma mulher de 40 anos que mora nas proximidades e pediu anonimato.
"Durou vários minutos, houve tiros e depois uma pausa, depois mais tiros e outra pausa", disse ela.
"A polícia chegou muito rápido, talvez 4 ou 5 minutos depois dos disparos", disse Anetta, outra moradora. "Pessoas morreram, não consigo encontrar palavras. É uma catástrofe".
Segundo o site desta organização na Alemanha, existem 175 mil testemunhas de Jeová no país, 3.800 delas em Hamburgo.
A instituição foi fundada no século XIX nos Estados Unidos. Seus membros se consideram herdeiros do cristianismo primitivo.
O status da organização varia de país para país: consta entre as "grandes" religiões na Áustria e na Alemanha, é listada como um "culto reconhecido" na Dinamarca e como uma "denominação religiosa" na Itália.
Na França, muitos ramos locais têm o status de "associação de culto", mas o movimento é regularmente acusado de tendência sectária.
O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, denunciou um "ato brutal de violência". A comunidade das Testemunhas de Jeová disse estar "profundamente triste com o terrível massacre".