Tripulação percebeu o que ia ocorrer entre 48 e 71 segundos antes da implosão, diz especialista
Submersível, que desapareceu no último dia 18 durante expedição para visitar os destroços do Titanic, teria caído em 'queda livre' durante cerca de um minuto antes de implodir
Os passageiros do submersível da OceanGate Titan, que implodiu durante uma expedição para visitar os destroços do Titanic, podem ter percebido o que ia acontecer cerca de um minuto antes de morrerem. É o que calcula o engenheiro e especialista em submarinos, José Luis Martín.
A pedido do portal espanhol NIUS, Martín fez um estudo matemático em que aponta uma probabilidade de o submersível ter entrado em queda livre verticalmente entre 48 e 71 segundos antes da implosão. Segundo o especialista, o Titan desceu "como se fosse uma pedra e sem nenhum controle".
— Nesse período de tempo eles estão percebendo tudo. E também, em completa escuridão. É difícil ter uma ideia do que eles viveram naqueles momentos. Após esses 48 segundos, ou um minuto, ocorre a implosão e a morte é instantânea e repentina — explicou ao portal
Os cálculos do engenheiro indicam que a perda de estabilidade deve ter ocorrido devido a uma falha elétrica a cerca de 1.700 metros de profundidade. Depois, o submersível caiu por cerca de um minuto até chegar à profundidade entre 2.500 e 2.700 metros, onde implodiu.
— O ponto de partida é que o submarino desça sem incidentes e num plano horizontal até atingir um nível de cerca de 1.700 metros . Nesse momento ocorre uma falha elétrica. Fica sem motor e sem propulsão e perde energia e comunicação. O Titan muda de posição e cai como uma flecha na vertical — continuou.
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As Guardas Costeiras dos Estados Unidos e do Canadá continuam a investigar quais foram as causas exatas da implosão. O submersível saiu em expedição no dia 18 de junho e, pouco mais de uma hora depois de partir em direção aos destroços do Titanic, desapareceu.
Quatro dias depois, em meio a uma megaoperação de resgate, foram identificados os destroços do Titan no fundo do mar. As cinco pessoas que estavam a bordo, incluindo o CEO da OceanGate, Stockton Rush, morreram. Na última quinta-feira, a empresa suspendeu o funcionamento.