"Todos os demais produtos não foram afetados" diz Blowtex, após suspensão de lotes de camisinhas
A empresa afirmou ainda que decidiu suspender proativamente a venda, distribuição e publicidade desses preservativos
Após ter seus a venda, distribuição, propaganda e uso de dois de seus produtos suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Blowtex divulgou um comunicado dizendo que, com exceção dos preservativos masculinos das marcas Blowtex Zero e Blowtex Sensitive Super Aloe Vera, “todos os demais não foram afetados e são perfeitamente seguros para uso conforme indicado na embalagem”.
A medida preventiva da agência foi tomada nesta quinta-feira, pois os lotes suspensos teriam apresentado falha nos testes de estouro após 3 anos de vida útil dos produtos, “o que impossibilita a manutenção de sua validade por até 5 anos, contados da fabricação", disse a Anvisa em nota.
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No comunicado divulgado nesta sexta-feira (24) pela empresa de preservativos, ela afirma que “suspendeu proativamente a venda, distribuição e publicidade desses produtos desde novembro de 2022”, que está “ciente” do aviso de suspensão publicado pela agência e que trabalha em conjunto com o órgão sobre o assunto.
O chamado teste de estouro é um dos controles de qualidade para garantir que o produto está apto a cumprir com as suas finalidades, no caso do preservativo manter-se íntegro e evitar o contato da pele da região genital dos indivíduos envolvidos na relação sexual. O procedimento consiste em pressionar a camisinha com uma tensão máxima de ar até que ela se rompa. Se isso ocorrer antes dos valores estipulados, ela falha no teste por oferecer maior risco de rasgar durante o ato sexual.
No site da Blowtex, já havia um comunicado avisando sobre os problemas com a validade. “Esteja ciente de que alguns lotes de nossos preservativos Blowtex Zero e Blowtex Sensitive Super Aloe Vera têm uma data de validade incorreta. Esses lotes foram inicialmente produzidos com prazo de validade de 5 anos a partir da data de fabricação. Testes laboratoriais recentes indicaram que pode haver um risco maior de ruptura para preservativos com mais de 3 anos de fabricação”, disse.
Depois da decisão da Anvisa nesta quinta-feira, a empresa também divulgou uma nota à imprensa dizendo que está à disposição dos consumidores por meio de seu SAC e redes sociais para “orientação e suporte”.
Ruptura do preservativo
Em caso de eventual ruptura do preservativo, o indivíduo deve tomar precauções adicionais para reduzir a chance de gravidez ou de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Neste caso, é possível receber a pílula do dia seguinte, para evitar uma gestação indesejada, e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) que previne a infecção pelo HIV.
Ambos estão disponíveis nos postos de saúde. A pílula pode ser tomada até no máximo 72 horas após o ato sexual, porém o quanto antes, maior a eficácia. Ela bloqueia a ovulação, evitando a fertilização que gera o embrião. Já a PEP deve ser iniciada também em até 72 horas, porém de preferência nas primeiras duas horas após a relação.
Ela, porém, funciona no esquema de comprimidos diários que precisam ser tomados por 28 dias após a possível exposição ao HIV. São antivirais que bloqueiam alguns caminhos que o vírus utiliza para infectar as células, diminuindo as chances de o indivíduo ser contaminado. Embora tanto a pílula do dia seguinte como a PEP não garantam que a pessoa não irá engravidar ou ser infectada, a eficácia é alta, superior a 90% se administradas corretamente.