Logo Folha de Pernambuco

alerta

Tomar certos medicamentos e dirigir pode provocar acidentes de trânsito; saiba quais

Consumo de remédios de uso psiquiátrico aumentou após a pandemia e muitos deles causam efeitos incompatíveis com o volante

Medicamentos (Imagem Ilustrativa)Medicamentos (Imagem Ilustrativa) - Foto: Unsplash

Diversos medicamentos podem afetar a capacidade de uma pessoa dirigir com segurança. O alerta foi feito pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), que lançou uma diretriz abordando o risco de dirigir após ingerir determinadas substâncias.

O documento, destinado aos médicos do tráfego e a todo o sistema de saúde, tem como propósito orientar políticas públicas e prestar serviço à população, ao chamar a atenção para os cuidados que o paciente deve tomar ao assumir a direção.

De acordo com a entidade, esse alerta é necessário especialmente diante do aumento no consumo de medicamentos psiquiátricos após a pandemia: o uso de remédios para ansiedade cresceu 10% entre 2019 e 2022; o de sedativos, usados para dormir, aumentou 33%; e o de antidepressivos saltou 34%.

“Essa diretriz é uma contribuição estratégica que oferecemos ao médico do tráfego brasileiro e a todos os atores do sistema de trânsito e da saúde. Nosso objetivo é atualizar o conhecimento científico disponível sobre os efeitos de diversas medicações sobre o paciente e sua relação com a direção veicular”, afirma o presidente da entidade, Antonio Meira Júnior, em um comunicado.

Para Meira Júnior, os efeitos do uso de remédios sobre a capacidade de dirigir devem entrar no radar também das autoridades, tanto no poder Executivo quanto no Legislativo. “Esta diretriz pode orientar a formulação de uma norma na área da saúde, levando para a embalagem dos medicamentos o alerta visual de risco para o condutor, quando pertinente”, afirma.

Em 2009, a Abramet chegou a recomendar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a utilização de um “símbolo de alerta” para as embalagens dos chamados Medicamentos Potencialmente Prejudiciais ao Condutor de Veículos Automotores.

“Isso já acontece em alguns países, como a França e a Espanha. Quando consideramos que o trânsito é um dos principais geradores de óbitos e sequelas no Brasil, por diversos motivos, esse tema tem de entrar na agenda da prevenção de sinistros. Não queremos questionar o uso de medicamentos, mas essa diretriz é mais um mecanismo para garantir que o paciente tenha o melhor resultado possível, com segurança em outros campos de sua vida”, completa o presidente da Abramet.

Flávio Emir Adura, diretor científico da entidade, reforça a importância do próprio paciente saber os riscos envolvidos no que está tomando: “Esse conhecimento é relevante para todos os elos do ecossistema do trânsito, especialmente para o usuário do medicamento. Conhecer o efeito sobre sua capacidade de dirigir favorece a prevenção de acidentes e a preservação da vida”.

Veja as classes de medicamentos e seus efeitos prejudiciais à direção:

Antidepressivos: Sonolência, hipotensão, tontura, diminuição do limiar convulsivo, prejuízo nas funções psicomotoras.

Anti-histamínicos: Sedação, aumento tempo de reação e desempenho psicomotor prejudicado.

Benzodiazepínicos: Quase todos os domínios cognitivos do desempenho do condutor são afetados.

Hipnóticos Z: Sedação, lapsos de atenção, erros de rastreamento, diminuição do estado de alerta, instabilidade corporal.

Opiáceos: Sedação, diminuição do tempo de reação, reflexos e coordenação, déficit de atenção, miose e diminuição da visão periférica.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter