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BRASIL

Trabalhos de resgate continuam após temporal no litoral paulista

O município de São Sebastião, destino balnear localizado a cerca de 200 quilômetros da cidade de São Paulo, registrou mais de 680 mm de chuva em 24 horas

Trabalhos de resgate continuam após temporal no litoral paulistaTrabalhos de resgate continuam após temporal no litoral paulista - Foto: Nelson Almeida/AFP

Equipes de resgate continuam nesta terça-feira (21) a busca por sobreviventes no litoral paulista, onde chuvas "inéditas" deixaram pelo menos 44 mortos e dezenas de desaparecidos no último fim de semana, informaram as autoridades.

O município de São Sebastião, destino balnear localizado a cerca de 200 quilômetros da cidade de São Paulo, registrou mais de 680 mm de chuva em 24 horas. O maior acumulado a cair de forma ininterrupta da história do Brasil, de acordo com o o governo do estado.

Nesta terça-feira, o governo elevou para 44 o número de mortos em São Sebastião e um na cidade de Ubatuba.

"Os trabalhos de busca, resgate e salvamento seguem ininterruptamente na região", onde bairros inteiros ficaram debaixo d'água, escombros de casas foram arrastados por deslizamentos de terra e carros foram destruídos por árvores caídas.
 

Foram registradas mais 1.730 pessoas desalojadas e 766 desabrigadas em todo o estado, segundo as autoridades.

Em um hospital da região foram atendidas 23 pessoas (incluindo cinco crianças), das quais seis continuam em estado grave.

A prefeitura informou que as autoridades armaram uma tenda no centro de São Sebastião para realizar um velório coletivo das vítimas.

Moradores da praia vizinha de Juquehy, ainda abalados pela temporal do fim de semana, passaram mais uma noite angustiados quando as chuvas causaram novos deslizamentos na madrugada desta terça-feira. Cerca de 80 pessoas deixaram suas casas, mas nenhuma vítima foi registrada, de acordo com as autoridades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou a área afetada na segunda-feira (20) e alertou contra o urbanismo improvisado no Brasil, onde 9,5 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de deslizamentos ou inundações, segundo dados oficiais.

Com as rotas ainda bloqueadas pelos deslizamentos de terra, alguns turistas foram evacuados de barco, enquanto o intenso tráfego de helicópteros continuou indo e voltando das áreas mais afetadas.

"Não tinha como sair para nenhum dos dois lados", contou Gabriel Bonavides à AFP.

O jovem de 19 anos passava as férias em uma casa alugada com amigos.

“Deixamos o carro lá e tivemos que voltar de barco”, acrescentou o estudante de Direito.

Carregando seus poucos pertences, os evacuados desembarcaram na costa, enquanto a uma curta distância muitos banhistas aproveitavam o dia na praia.

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