CONFLITO

Tráfego no Mar Vermelho caiu 30% após ataques huthis, segundo FMI

Desde 19 de novembro, os rebeldes huthis, que controlam grandes partes do Iêmen, lançaram mais de 35 ataques contra embarcações no Mar Vermelho

Vista aérea da cidade de Yanbu, no Mar VermelhoVista aérea da cidade de Yanbu, no Mar Vermelho - Foto: Patrick Hertzog/AFP

O tráfego de navios comerciais no Mar Vermelho caiu 30% este ano devido aos ataques dos rebeldes huthis do Iêmen, afirmou nesta quarta-feira (31) o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O tráfego de navios comerciais (...) caiu quase 30%", afirmou Jihad Azour, diretor do departamento de Oriente Médio e Ásia Central do FMI. "A queda do comércio acelerou no início do ano".

Segundo a plataforma PortWatch do FMI, o volume de tráfego pelo Canal de Suez, que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, reduziu em 37% entre 1º e 16 de janeiro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Desde 19 de novembro, os rebeldes huthis, que controlam grandes partes do Iêmen, lançaram mais de 35 ataques contra embarcações no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Isto provocou uma interrupção do tráfego marítimo nesta zona crucial, por onde passa até 12% do comércio mundial.

Os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, dizem querer evitar que embarcações vinculadas à Israel naveguem na costa do Iêmen, "em solidariedade" aos palestinos da Faixa de Gaza, assolada pela guerra entre Israel e Hamas que começou em 7 de outubro.

Seus ataques obrigaram muitas empresas de navegação a evitar a região e contornar a África para cobrir as rotas entre Ásia e Europa, com os correspondentes aumentos dos custos do transporte e dos prazos de entrega.

Em resposta, Estados Unidos e Reino Unido lançaram vários ataques para destruir bases huthis no Iêmen, mas até agora os rebeldes conservam sua capacidade de fogo.

Missão naval europeia 
"O nível de incerteza é extremamente alto e a evolução da situação determinará a magnitude da mudança e a alteração dos modelos de negócios em termos de volume e também de sustentabilidade", disse Azour à imprensa.

"Estamos à beira de uma grande mudança nas rotas comerciais e isto é temporário devido ao aumento dos custos e ao comprometimento dos fundos de segurança?", perguntou.

Os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, criaram uma coalizão para patrulhar o Mar Vermelho e "proteger" o tráfego dos ataques huthis, os quais qualificam como "terroristas", sem conseguir contê-los até o momento.

O Mar Vermelho é também vital para o comércio da União Europeia (UE) e, na semana passada, o comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, indicou que o tráfego através desse mar caiu 22% em um mês.

A UE tenta lançar sua própria missão naval no Mar Vermelho para ajudar a proteger o transporte marítimo internacional.

Os países da UE já deram seu apoio inicial ao plano e esperam conclui-lo em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do bloco prevista para 19 de fevereiro.

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