Traficante de armas libertado diz que apoia intervenção russa na Ucrânia
Viktor Bout foi libertado como parte de troca de prisioneiros com a jogadora de basquete americana Brittney Griner
O traficante de armas russo Viktor Bout expressou neste sábado (10) seu apoio a Vladimir Putin e à intervenção militar russa na Ucrânia, depois de ser libertado como parte de uma troca de prisioneiros com a jogadora de basquete americana Brittney Griner.
Bout disse que manteve um retrato do presidente russo em sua cela nos Estados Unidos, onde foi condenado a 25 anos de prisão após ser preso em 2008, na Tailândia.
“Estou orgulhoso de ser russo e do nosso presidente”, disse o traficante de armas durante entrevista ao canal estatal russo RT. “Se eu tivesse a possibilidade e as competências necessárias, me alistaria como voluntário” para lutar na Ucrânia, afirmou Bout, que manifestou seu desacordo com o fato de a Rússia não ter iniciado sua ofensiva em 2014, quando começou o conflito entre Kiev e as autoridades pró-Moscou no Donbass.
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O traficante voltou a se apresentar como um empresário que fazia negócios respeitando as leis e foi preso para servir como "exemplo" e obrigar outros empresários russos a fecharem acordos com os Estados Unidos.
Bout acrescentou que nunca vendeu armas para os talibãs, apesar das acusações da imprensa americana a esse respeito. "Os talibãs puseram minha cabeça a prêmio. Como eles podem dizer que colaborei com eles? Não faz o menor sentido", declarou.
Nascido em 1967 em Dushanbe (Tajiquistão), Bout fez parte da força aérea soviética. Após a queda da URSS, dedicou-se a comprar grandes quantidades de armas a preços baixos em bases militares das ex-repúblicas soviéticas e vendê-las em países em conflito, especialmente na África.