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Rio de Janeiro

Moradores voltam ao Morro da Oficina, em Petrópolis, atrás de animais de estimação

Muitos moradores de Petrópolis deixaram suas casas e os animais, buscando os pets no dia seguinte à enchente

Um cachorro fica preso na lama após um deslizamento de terra em Petrópolis, Brasil, em 16 de fevereiro de 2022Um cachorro fica preso na lama após um deslizamento de terra em Petrópolis, Brasil, em 16 de fevereiro de 2022 - Foto: Carl de Souza / AFP

Moradoras da região do Morro da Oficina, em Petrópolis, a psicóloga Jéssica Barbeto e sua mãe, Angélica, deixaram a residência correndo na terça-feira, apenas com a roupa do corpo, com medo de um desabamento na localidade da cidade serrana. Passaram a tarde e a noite na rua, só conseguindo chegar de madrugada à casa de uma parente, em outra região da Cidade Imperial. Mas não conseguiram sequer dormir. Isso porque estavam preocupadas com as cadelas Mel e Anny, que ficaram sozinhas na casa após a enchente. Na tarde desta quarta, com o tempo mais firme, elas retornaram e resgataram os animais.

Assim como elas, muitos moradores de Petrópolis deixaram suas casas e os animais, buscando os pets no dia seguinte à enchente, que matou dezenas de pessoas. A cena de pessoas com cachorros no colo e gatos em gaiolas era constantes não só na região do Morro da Oficina, como no resto da cidade.

—Não dava pra dormir preocupada com eles. Cochilava e acordava pensando. A gente saiu correndo e não conseguiu pegar. Ainda pensamos em voltar, mas estava chovendo muito. Só conseguimos vir agora que o tempo deu uma melhorada. Não podíamos deixá-las — disse Jéssica.

Mãe e filha contaram também sobre os momentos de desespero na hora do deslizamento e na tentativa de fugir para um local seguro.

— Era muita gente gritando na rua, muita gente perdeu a família soterrada, muita tristeza. O barro parou atrás da casa da minha vizinha — contou Jéssica.

A dona de casa Angélica Barbeto completou dizendo que outra filha viu o momento em que o deslizamento ocorreu:

— Minha filha ouviu um estalo e viu a pedra despencando. Mas aí nós corremos. Todo mundo veio e ficou aqui na rua.

Outra pessoa que voltou para buscar o animal de estimação foi o motorista de aplicativo João Sousa. Como estava trabalhando quando houve a tragédia, ele só retornou para casa nesta quarta para pegar algumas roupas e o vira-lata Café.

— Graças a Deus minha casa não foi atingida. Tem muita lama no quintal, mas depois eu vejo isso. Como ainda pode chover, peguei umas roupas e o Café e vou para casa dwlr parentes. Não dava para deixar ele para trás, é meu companheiro — afirmou.

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