Tragédia em Petrópolis: Polícia vasculha redes sociais em busca de pistas dos desaparecidos
Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) usa Imagens, informações e conteúdo compartilhado no Instagram e no Facebook para localizar vítimas
Imagens, informações pessoais e o conteúdo compartilhado nas redes sociais relacionado a pessoas desaparecidas na tragédia das chuvas em Petrópolis estão sendo usadas pela polícia nas investigações. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e a Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro vasculham perfis no Instagram e no Facebook atrás de pistas das vítimas do desastre que ainda não foram localizadas.
Leia também
• Grupo empresarial doa mais de 55 mil litros de água mineral às vítimas da enchente em Petrópolis
• Defesa Civil fez 900 análises técnicas após chuvas em Petrópolis
• Após comemorar primeiro dia de aula de filhos, mãe e crianças morrem em Petrópolis
O levantamento é feito a partir de postagens de moradores de Petrópolis, familiares e amigos de pessoas que moram na cidade, com mensagens de luto pela tragédia. A delegada Ellen Souto, titular da DDPA, diz que o conteúdo compartilhado nas redes sociais tem ajudado a polícia na confirmação de mais pessoas desaparecidas, além de abastecer com informações mais atualizadas o cadastro dos já estão registrados.
— Estamos fazendo o levantamento de postagens de pessoas com condolências. A partir desses dados, nós verificamos se já tem um registro de desaparecimento da pessoa mencionada na postagem. Se a pessoa consta como desaparecida nas redes sociais e não existe registro de desaparecimento dela, nós entramos em contato com a família, na maioria das vezes pelo Facebook mesmo ou pelo Instagram, e confeccionamos o registro de desaparecimento — explica.
Com autorização dos familiares, os agentes da DDPA também podem utilizar fotografias e outras informações publicadas nas redes sociais para incluir no Portal de Desaparecidos da Polícia Civil. De acordo com a delegada Ellen Souto, o conteúdo das redes sociais em muitos casos tem sido mais relevante que os de documentos para ajudar na descoberta de paradeiros.
— Atualmente, muita gente compartilha coisas nas redes sociais antes mesmo de acionar o poder público. Então, para nós, é uma excelente fonte de informações. O resgate de fotografias das pessoas pelas redes sociais, por exemplo, é muito melhor porque são fotos mais recentes que as de documentos, que muitas vezes são antigas — diz a delegada.
O trabalho de buscar por informações nas redes sociais é mais uma frente de trabalho da DDPA na procura por pistas dos desaparecidos na tragédia. Agentes também estão visitando pessoas abrigadas em escolas municipais e igrejas de Petrópolis atrás de informações dos desaparecidos e de possíveis novos registros.
— São várias frentes de trabalho. Às vezes, a gente liga para uma pessoa para confirmar algum desaparecido e somos informados que a pessoa que queremos confirmar estava com mais três que estão desaparecidos e que ainda não há registro do desaparecimento deles. A situação é muito dinâmica, em razão da tragédia. Tem casos que a pessoa aparece, damos baixa no registro de desaparecimento dela, mas descobrimos que tem outras desaparecidas que não estavam registradas — conta a delegada Ellen Souto.