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Travis King: Coreia do Norte decide expulsar soldado americano detido após cruzar fronteira

Informação foi confirmada pela agência de notícias estatal KCNA

Travis King, de 23 anos, está sob custódia norte-coreana após entrar ilegalmente no paísTravis King, de 23 anos, está sob custódia norte-coreana após entrar ilegalmente no país - Foto: Reprodução

A Coreia do Norte decidiu expulsar o soldado norte-americano Travis King, que foi detido depois de cruzar a fronteira com o Sul em julho, informou nesta quarta-feira (27) a agência de notícias estatal KCNA.

Depois de concluir a investigação, o "órgão competente da RPDC decidiu expulsar Travis King, um soldado do Exército dos EUA que invadiu ilegalmente o território da RPDC, sob a lei da República", disse a KCNA, usando o nome formal do Norte.

Pyongyang anunciou, em agosto, que o soldado americano havia confessado ter buscado refúgio no isolado país comunista. De acordo com a KCNA, King admitiu ter entrado ilegalmente no país para escapar da discriminação racial e do tratamento desumano dentro do Exército dos Estados Unidos.

Esta havia sido a primeira vez que a Coreia do Norte comentava o caso do soldado americano. Durante uma investigação de autoridades norte-coreanas, King confessou que havia decidido ir para o país "porque nutria ressentimentos contra maus tratos desumanos e discriminação racial dentro do Exército dos EUA", disse a agência estatal.

King "admitiu que invadiu ilegalmente o território da RPDC", dizendo que o fez porque "estava desiludido com a sociedade americana desigual", completou a agência de notícias, usando a sigla de República Democrática Popular da Coreia.

O anúncio não forneceu mais detalhes sobre seu destino, incluindo seu estado de saúde ou se a Coreia do Norte planejava aceitá-lo como refugiado ou mandá-lo para um terceiro país.

O Pentágono disse que King cruzou para o Norte "deliberadamente e sem autorização" depois de ultrapassar a fronteira intercoreana enquanto estava em uma excursão em grupo à Área de Segurança Conjunta, ou Panmunjom, que fica no meio da Zona Desmilitarizada que separa Norte e Sul.

Um porta-voz do Pentágono disse em agosto que o Departamento de Defesa não poderia verificar os comentários que a Coreia do Norte disse terem sido feitos pelo soldado King.

"Continuamos focados em seu retorno seguro" disse o porta-voz, tenente-coronel Martin J. Meiners, na época. "A prioridade do departamento é trazer o soldado King para casa e estamos trabalhando em todos os canais disponíveis para alcançar esse resultado."

O soldado King, de 23 anos, havia sido designado para a Coreia do Sul como membro da Equipe de Combate da Primeira Brigada, Primeira Divisão Blindada. Isso depois de ser libertado em julho de um centro de detenção sul-coreano, onde havia passado algum tempo sob acusações de agressão.

Ele foi escoltado por militares dos EUA ao Aeroporto Internacional de Incheon, nos arredores de Seul, em 17 de julho, para embarcar em um avião com destino aos Estados Unidos, onde esperava-se que enfrentasse uma ação disciplinar adicional. Ele nunca embarcou no avião. Em vez disso, pegou um ônibus de turismo para Panmunjom no dia seguinte.

No passado, o Norte havia aceitado soldados americanos que abandonaram suas funções e chegaram ao país como desertores políticos, permitindo-lhes viver lá e até constituir família. Mas civis americanos acusados de entrada ilegal foram detidos e às vezes libertados e expulsos, ou processados e condenados a trabalhos forçados.

A Coreia do Norte usou esses soldados americanos como ferramentas de propaganda contra os EUA. Nos casos de alguns civis americanos acusados de entrada ilegal, os tem usado como moeda de troca nas negociações com Washington, com o qual não tem relações diplomáticas formais.

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