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Cisjordânia

Três ativistas palestinos mortos em operação israelense na Cisjordânia

Algumas horas depois, o exército israelense informou ter detido "um último terrorista suspeito de ser membro da célula terrorista"

Homens palestinos verificam manchas de sangue deixadas no chão na área onde as forças de segurança israelenses mataram três militantes da Jihad Islâmica quando foram atacados, em 2 de abril de 2022Homens palestinos verificam manchas de sangue deixadas no chão na área onde as forças de segurança israelenses mataram três militantes da Jihad Islâmica quando foram atacados, em 2 de abril de 2022 - Foto: Jaafar Ashtiyeh / AFP

As forças israelenses mataram neste sábado (2), três integrantes do movimento palestino Jihad Islâmica durante uma operação na Cisjordânia, em um contexto de escalada da violência nos últimos dias em Israel e nos Territórios Palestinos ocupados.

A operação do exército, na qual quatro soldados ficaram feridos, aconteceu no primeiro dia do Ramadã, mês de jejum muçulmano, no norte da Cisjordânia ocupada.

"As forças israelenses interceptaram uma célula terrorista que pretendia executar um ataque e tentaram parar o veículo no qual viajavam três palestinos entre Jenin e Tulkarem", afirmou a polícia israelense em um comunicado.

Os palestinos abriram fogo e os militares israelenses responderam.

Algumas horas depois, o exército israelense informou ter detido "um último terrorista suspeito de ser membro da célula terrorista" em um povoado palestino no norte de Tulkkarem.

O movimento armado Jihad Islâmica, com base no território palestino de Gaza - que está sob bloqueio israelense -, confirmou as mortes de três combatentes, identificados como Saeb Abahra, Khalil Tawalbeh e Seif Abu Labdeh.

"Lamentamos as mortes de nossos três heróis combatentes", declarou o braço armado da Jihad Islâmica. O grupo informou que dois eram de Jenin e outro de Tulkarem, território ocupado pelo exército israelense desde 1967.

"A política de assassinato executada pelo inimigo na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas não representará a suposta segurança", afirmou o movimento palestino, que governa Gaza.

O primeiro-ministro palestino Mohamed Shtayyeh, citado pela agência oficial Wafa, denuncioU um "crime horrível".

As autoridades israelenses "devem parar de cometer crimes e violações contra nosso povo, devem responder a seus direitos legítimos de liberdade e independência e acabar com a ocupação", disse. 

No Twitter, o chefe da diplomacia israelense, Yair Lapid, afirmou que as forças de segurança "atuarão com firmeza contra qualquer tentativa de ataque (...) contra os cidadãos israelenses". 

Nos últimos dias, a violência aumentou em Israel e na Cisjordânia.

As forças israelenses mataram na sexta-feira um palestino de 29 anos na cidade de Hebron (Cisjordânia), durante uma manifestação contra a colonização israelense nos Territórios Palestinos. 

O exército israelense afirmou que o "suspeito jogou um coquetel molotov" contra os soldados, que responderam com tiros.

Na quinta-feira, dois palestinos morreram durante uma operação do exército israelense em Jenin que pretendia deter "suspeitos" vinculados a um ataque  anti-israelense executado perto de Tel Aviv por um palestino e que deixou cinco mortos. O agressor foi morto.

As forças israelenses mataram na quinta-feira outro palestino que havia esfaqueado uma passageiro em um ônibus na Cisjordânia.

Desde 22 de março, 11 pessoas morreram em ataques anti-israelenses, alguns deles executados por homens vinculados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).

De acordo com um balanço da AFP elaborado com base em fontes palestinas e israelenses, oito palestinos morreram em operações as forças israelenses desde a mesma data: dois agressores em ataques e seis suspeitos, de acordo com as autoridades do Estado hebreu, de terem cometido ou estarem prestes a executar ataques.

O exército israelense mobilizou reforços desde então na Cisjordânia e aumentou o número de detenções, em particular de integrantes da família do agressor palestino de Tel Aviv.

"Continuaremos atuando por todos os meios possíveis para deter os ataques. É nossa missão", declarou na sexta-feira o comandante do Estado-Maior israelense, Aviv Kohavi, durante uma deslocamento à Cisjordânia.

No mesmo território, onde se reuniu na sexta-feira com vários comandantes militares, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, declarou que as forças do país prosseguirão com as "detenções e operações de defesa e ataque". 

"Vamos pegar aqueles que tentam prejudicar os cidadãos de Israel", acrescentou.

A Cisjordânia, ocupada por Israel desde a Guerra do Seis Dias de 1967, tem 475.000 colonos judeus que moram em comunidades consideradas ilegais pelo direito internacional.

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