Três dias após cessar-fogo, Israel ataca Hezbollah no sul do Líbano
Forças israelenses também continuam ofensiva na Faixa de Gaza
O exército israelense realizou neste sábado ataques contra posições do Hezbollah no sul do Líbano, intensificando a tensão sobre o cessar-fogo firmado há apenas três dias. Paralelamente, as ofensivas contra a Faixa de Gaza seguem sem sinais de trégua. Em um dos bombardeios, três funcionários de uma organização humanitária americana foram mortos.
Os ataques ao Líbano foram confirmados pelas Forças Armadas de Israel. O cessar-fogo, estabelecido no início desta semana, encerrou meses de intensos ataques aéreos e combates, mas ainda não há previsão de retorno seguro para cerca de um milhão de pessoas deslocadas.
Pelo acordo, as tropas israelenses devem se retirar gradualmente do sul do Líbano em até 60 dias, enquanto os combatentes do Hezbollah recuam para o norte do Rio Litani. Apesar de ataques esporádicos, o cessar-fogo permanece, em grande parte, no Líbano. Já em Gaza, qualquer possibilidade de interrupção nos combates parece distante.
O exército israelense informou que atingiu um local na fronteira entre o Líbano e a Síria, usado pelo Hezbollah para transportar armas. A ação foi descrita como uma violação do acordo de cessar-fogo. Além disso, outros três alvos foram atacados no sul do Líbano, incluindo estruturas associadas ao Hezbollah e veículos carregados com armas.
O Hezbollah não comentou os ataques imediatamente. Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, na última quarta-feira, Israel já havia atingido pelo menos dois outros alvos no Líbano.
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Gaza
Enquanto isso, a ofensiva israelense no norte de Gaza permanece, com dezenas de mortos em ataques aéreos na sexta-feira, segundo equipes de resgate. Em Beit Lahia, cidade ao norte de Gaza, a Defesa Civil Palestina relatou mais de 75 mortos em bombardeios recentes, embora a equipe de resgate não tenha conseguido acessar o local devido ao bloqueio israelense.
“Famílias inteiras foram exterminadas no norte de Gaza, e não sabemos nada sobre elas”, afirmou o grupo em comunicado. “Há sobreviventes sob os escombros sem nenhuma assistência.”
O exército israelense contestou as informações, classificando os relatos como “propaganda falsa do Hamas” e reiterou que suas operações visam alvos terroristas, não civis. No entanto, grupos humanitários relatam impactos severos sobre a população civil, com restrições ao acesso a alimentos, água e medicamentos.
Entre os ataques recentes, três trabalhadores da ONG americana World Central Kitchen (WCK) foram mortos em Khan Yunis, no sul de Gaza. Segundo a Defesa Civil, os funcionários estavam em um veículo marcado com o logotipo da organização no momento do bombardeio.
O exército israelense confirmou a morte de uma das vítimas, alegando tratar-se de um “terrorista” envolvido no ataque de 7 de outubro de 2023. A WCK, conhecida por suas ações humanitárias, não se pronunciou sobre o caso.
Ataques similares ocorreram em abril, quando sete funcionários da ONG foram mortos em Gaza. Na época, Israel admitiu falhas em sua operação.