Tribunal do Iêmen condena 13 pessoas à morte por homossexualidade
O veredito ainda pode ser objeto de recurso
Um tribunal no Iêmen condenou à morte 13 pessoas acusadas de "homossexualidade", disse uma fonte judicial à AFP nesta terça-feira (6).
O julgamento foi realizado em Ibb, uma província controlada pelos rebeldes huthis, cujos ataques recorrentes a navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden perturbam o tráfego marítimo mundial.
Das 16 pessoas no banco dos réus, três receberam penas de prisão, relatou a mesma fonte, que não revelou sua identidade por não estar autorizada a falar com a imprensa.
Recentemente, outras 35 pessoas foram detidas em Ibb por razões parecidas, acrescentou essa fonte.
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Em vídeos transmitidos à AFP, cuja autenticidade não pôde ser verificada de forma independente, vê-se um juiz em um tribunal, enumerando as acusações que pesam contra os acusados, incluindo homossexualidade, "atentado ao pudor", "incitação à libertinagem" e "difusão de imagens contrárias aos bons costumes", antes de condená-los a uma execução em público.
O veredito ainda pode ser objeto de recurso.
Os rebeldes huthis nem sempre executam a pena capital.
De acordo com um relatório publicado em 2022 pelo Observatório Euro-mediterrâneo dos Direitos Humanos, das 350 condenações à morte proferidas em zonas rebeldes desde que os huthis tomaram a capital em 2014, 11 foram aplicadas.
Originários da minoria zaidi, um braço do Islã xiita, os huthis impuseram rígidas regras sociais e religiosas nas regiões em seu poder, especialmente às mulheres. Eles controlam as regiões mais populosas do Iêmen, após quase uma década de guerra contra o governo.