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Trinta e dois jornalistas assassinados neste ano, segundo RSF, que pede à ONU para interceder

Número é menor do que no ano passado, mas a ONG Repórteres Sem Fronteiras reitera sua preocupação

Christophe Deloire, secretário-geral da RSFChristophe Deloire, secretário-geral da RSF - Foto: Yann Stofer/Divulgação

Trinta e dois jornalistas e colaboradores da imprensa foram assassinados até o momento neste ano, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que aponta que, embora o número seja menor do que no ano passado por causa da pandemia, se mantém preocupante. 

Por ocasião desta segunda-feira, Dia Internacional pelo Fim da Impunidade por Crimes Perpetrados contra Jornalistas, a RSF reitera o pedido ao Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, de criação do cargo de "representante especial para a segurança de jornalistas". 

"O secretário-geral tem pouco mais de um ano para agir e deixar um legado significativo na luta contra a impunidade e na proteção dos jornalistas", afirmou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em um comunicado publicado nesta segunda-feira em vários jornais. 

"A designação de um membro da sua equipe como contato privilegiado, a única atuação específica tomada até o momento, não é suficiente", ressalta. Em 2019, 49 jornalistas foram mortos em todo o mundo, um número menor do que no ano anterior, principalmente porque os jornalistas deixaram de ir às zonas de conflito, segundo a RSF. 

A queda no número de assassinatos de jornalistas este ano - um total de 29 e três colaboradores da mídia - se deve ao fato de que com a pandemia muitos não foram a campo, segundo a RSF, que divulgará seu balanço final no final de dezembro, como faz todos os anos. "O período da covid-19 mudou a situação in loco. Poucos jornalistas morreram, mas tem havido mais pressão e abusos contra jornalistas", segundo a RSF. 

"As ameaças estão se tornando cada vez mais sutis e muito mais difíceis de combater", observa Christophe Deloire. "Na última década, quase 1.000 jornalistas perderam a vida no exercício de seu trabalho, crimes que quase sempre ficam impunes. Muitos desses casos não foram objeto de uma investigação real e os autores nunca tiveram que responder por seus atos", lamenta, queixando-se da "falta de mecanismos internacionais eficazes". 

Por sua vez, a Federação Internacional de Jornalistas (IJF) lançou uma campanha global "para denunciar aqueles que ordenam crimes contra jornalistas, mas que permanecem impunes, assim como para solicitar aos governos a tomar medidas urgentes para acabar com a impunidade e proteger a liberdade de imprensa", de acordo com o comunicado.

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