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Kiev

Tropas russas avançam sobre Kiev na véspera de negociação com Ucrânia

Os soldados russos avançam rapidamente há dias a partir da região ao norte e nordeste da capital ucraniana

Fotografia tirada em 27 de fevereiro de 2022 mostra um veículo blindado de transporte de pessoal russo (APC) queimando ao lado do corpo de um soldado não identificado durante a luta com as forças armadas ucranianas em KharkivFotografia tirada em 27 de fevereiro de 2022 mostra um veículo blindado de transporte de pessoal russo (APC) queimando ao lado do corpo de um soldado não identificado durante a luta com as forças armadas ucranianas em Kharkiv - Foto: Sergey Bobok / AFP

Tropas russas chegaram aos arredores de Kiev nesta quarta-feira, véspera da primeira negociação de alto escalão entre os dois países desde a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Os soldados russos avançam rapidamente há dias a partir da região ao norte e nordeste da capital ucraniana. As colunas de blindados russos, que há cinco dias encontravam-se centenas de quilômetros a nordeste de Kiev, estavam hoje a cerca de 15 quilômetros, perto de Brovary.

Soldados ucranianos relataram à AFP combates em Rusaniv, 30 quilômetros a leste de Brovary. Em Mariupol, porto estratégico no sudeste da Ucrânia, 17 adultos ficaram feridos em um bombardeio russo a um hospital pediátrico, anunciou o funcionário regional Pavlo Kirilenko, sem citar vítimas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, chamou esse ataque de "imoral". A ONU pediu "o fim imediato dos ataques a instalações de saúde, hospitais, profissionais de saúde e ambulâncias". 

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discutirá com autoridades polonesas nesta quinta-feira como fornecer "assistência militar" à Ucrânia, segundo um representante do governo americano. Os Estados Unidos enviaram duas novas baterias antiaéreas Patriot para a Polônia, em linha com seu compromisso de defender o território dos países da Otan, informou uma autoridade do Pentágono nesta quarta-feira. 

Progressos

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) contabilizou 2.155.271 refugiados que fugiram da guerra da Ucrânia, segundo dados divulgados hoje. São 143.959 refugiados a mais do que ontem.

Autoridades na zona de guerra e a ONU asseguram que esse fluxo irá aumentar. Várias tentativas de abrir corredores humanitários fracassaram desde o começo da guerra, mas um novo acordo foi alcançado na manha de hoje. Segundo a ONU, até 4 milhões de pessoas poderão abandonar o país por causa do conflito.

A porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, declarou que seu país vê progressos nas negociações com a Ucrânia. "Paralelamente à operação militar especial (nome dado pelas autoridades de Moscou à entrada de tropas russas na Ucrânia) também acontecem negociações com a parte ucraniana para acabar o quanto antes com o banho de sangue sem sentido e a resistência das Forças Armadas ucranianas (...) alguns progressos foram feitos", afirmou.

Os objetivos da Rússia "não incluem a ocupação da Ucrânia, a destruição de seu Estado ou derrubar o governo atual", declarou Maria em entrevista coletiva. Ela reiterou ainda que a ação não tem como alvo a população civil.

Acordos

Discussões estão marcadas para esta quinta-feira (10) na localidade turca de Antália entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e seu par ucraniano, Dmitro Kuleba. Já o presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de governo alemão, Olaf Scholz conversaram hoje sobre os "esforços diplomáticos" e corredores humanitários, informou o Kremlin.

Os bombardeios, no entanto, continuam. Em Severodonetsk, 10 pessoas foram mortas nesses ataques, segundo uma autoridade regional. E nove morreram em Yitomir, a oeste de Kiev.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou hoje que "não tem grande impacto sobre a segurança" a desconexão elétrica na central ucraniana de Chernobyl, onde ocorreu em 1986 um dos maiores acidentes nucleares do planeta.

A operadora ucraniana Ukrenergo informou hoje que o fornecimento de energia para a usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança estava "totalmente" cortado, devido às ações militares russas. "Não há possibilidade de restabelecer as linhas", já que a ofensiva está em andamento, disse a operadora ucraniana.

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