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Tropas ucranianas podem ser obrigadas a recuar de Severodonetsk, afirma governador

O governador da região de Lugansk destacou, no entanto, que um recuo não seria o equivalente a abandonar definitivamente a cidade

A cidade de Severodonetsk é crucial para o controle do conjunto da bacia de mineração do DonbassA cidade de Severodonetsk é crucial para o controle do conjunto da bacia de mineração do Donbass - Foto: Satellite image 2022 Maxar Technologies / AFP

As tropas ucranianas talvez tenham que recuar de Severodonetsk, uma cidade estratégica do leste do país "bombardeada as 24 horas do dia", e seguir para posições mais protegidas, afirmou nesta quarta-feira (8) o governador regional.

"É possível que tenhamos que recuar", declarou o governador da região de Lugansk, Serguei Gaiday, em entrevista ao canal 1+1. A cidade está parcialmente controlada pelos russos há vários dias.

Gaiday destacou, no entanto, que um recuo não seria o equivalente a abandonar definitivamente a cidade crucial para o controle do conjunto da bacia de mineração do Donbass.

"Há bombardeios por todas as partes, as 24 horas do dia. E a Rússia concentra todas as forças na região", disse. 

O ministro russo da Defesa afirmou na terça-feira que as áreas residenciais de Severodonetsk "foram libertadas por completo".

"A tomada de controle desta zona industrial e das localidades vizinhas continua", afirmou o ministro Serguei Shoigu em um raro discurso exibido na televisão.

Severodonetsk e a cidade gêmea de Lysychansk são o último grande núcleo urbano controlado pelos ucranianos na região de Lugansk. 

Atualmente são os principais campos de batalha. A conquista das duas abriria o caminho da Rússia para Kramatorsk, a capital administrativa de fato do Donbass, formado pelas regiões de Donetsk e Lugansk, das quais os separatistas pró-Rússia controlam uma parte desde 2014.

Na terça-feira à noite, em seu discurso diário, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em tom de desafio que a defesa "heroica do Donbass continua".

Ele também afirmou que "mais de 31 mil soldados russos morreram na Ucrânia" desde o início da invasão determinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro.

"A Rússia paga por esta guerra completamente insensata com quase 300 vidas de seus soldados a cada dia. Mas haverá um dia em que, inclusive para a Rússia, o número de perdas será inaceitável", disse, ao revelar um balanço impossível de ser verificado com fontes independentes.

Com a Rússia já ocupando 20% de seu território, especialmente no leste e na costa sul, o presidente ucraniano descartou uma negociação de paz até obter uma vitória "no campo de batalha".

Apesar de algumas manobras diplomáticas no início da guerra, os contatos agora parecem rompidos entre os dois lados, que trocam acusações sobre a destruição de seus recursos de cereais, o que aumenta os temores de uma crise global de alimentos.

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