Trudeau afirma que licença de cocaína no Canadá não será para venda ao público
A província de Columbia Britânica lançou um processo de despenalização experimental para tentar minimizar a crise de overdose por opiáceos
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou-se "surpreso", nesta sexta-feira (3), com o fato de companhias com licença para vender cocaína a farmácias e hospitais terem dado a entender que logo o país permitiria a venda de drogas pesadas ao público.
No começo da semana, várias companhias anunciaram que a agência reguladora de saúde canadense havia lhes dado permissão para produzir e vender cocaína.
O anúncio se deu um mês depois que a província de Columbia Britânica lançou um processo de despenalização experimental para abordar a crise de overdose por opiáceos que matou milhares de cidadãos.
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A província despenalizou a posse - mas não a venda - de pequenas quantidades de cocaína e outras drogas pesadas, dentro de um projeto piloto de três anos, cujo objetivo é eliminar o estigma associado ao uso de drogas que impede que os dependentes tenham acesso à ajuda.
Defensores da iniciativa também exigiram que o fornecimento seja mais acessível e seguro para os dependentes de drogas, que correm risco de overdose com o comércio ilícito nas ruas.
Trudeu esclareceu hoje que as companhias não tinham "permissão para vendê-las comercialmente ou fornecê-las em um mercado aberto", e acrescentou que o mal-entendido será corrigido.
"Há licenças limitadas e muito restritas para certas companhias farmacêuticas para usar a substância com fins de pesquisa e para propósitos médicos específicos cuidadosamente prescritos", explicou.
Trudeau comentou sobre o tema depois que o primeiro-ministro da Columbia Britânica manifestou surpresa pelas afirmações dos laboratórios Sunshine Earth e Adastra.
"Estava tão surpreso como o primeiro-ministro da Columbia Britânica ao ver que uma companhia estava falando de vender cocaína no mercado aberto ou de comercializá-la", disse Trudeau aos jornalistas.