Trump anuncia que irá proibir TikTok nos EUA
TikTok é um aplicativo de vídeos popular entre jovens e que pertence à ByteDance, uma empresa com sede na China
O presidente Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (31), que irá proibir a rede social TikTok nos Estados Unidos, após as autoridades americanas mostrarem preocupação com a possibilidade da plataforma ser usada como ferramento da inteligência chinesa.
Em declarações aos jornalistas durante viagem no avião presidencial Air Force One, Trump declarou: "Em relação ao TikTok, vamos proibi-lo nos Estados Unidos".
TikTok, um aplicativo de vídeos muito popular entre os jovens e que pertence à ByteDance, uma empresa com sede na China, tem cerca de um bilhão de usuários no mundo.
A plataforma é objeto de uma investigação do CFIUS, a agência americana responsável por monitorar se os investimentos estrangeiros não representam um risco à segurança nacional.
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Funcionários e legisladores americanos expressaram nas últimas semanas preocupação com a possibilidade do TikTok ser usado pela China como ferramenta de espionagem. A empresa responsável pela rede social nega qualquer vínculo com o governo de Pequim.
Steven Mnuchin, o secretário do Tesouro dos EUA, disse na quarta-feira que faria uma "recomendação" sobre a plataforma à Casa Branca nesta semana.
- Segurança nacional -
O TikTok teve que se defender de seus vínculos com a China, onde a ByteDance possui um aplicativo semelhante mas com outro nome. Sempre negou que compartilha informações com as autoridades chinesas e garante que não tem a intenção de aceitar pedidos neste sentido.
Na sexta-feira, antes do anúncio de Donald Trump, alguns meios de comunicação americanos afirmaram que o presidente iria obrigar o grupo ByteDance a vender o TikTok.
De acordo com o jornal The Wall Street Journal e a agência Bloomberg, o presidente estava se preparando para assinar uma ordem oficial para obrigar a empresa-mãe chinesa a se separar do aplicativo em nome da proteção da segurança nacional.
A rede social não quis comentar as informações sobre a suposta venda forçada, limitando-se a afirmar que "confiamos no sucesso do TikTok a longo prazo".
"Centenas de milhões de pessoas vêm ao TikTok para se entreter e conectar, inclusive nossa comunidade de criadores e artistas que vivem graças à plataforma", acrescentou o TikTok.
No entanto, em vez de vender, Trump anunciou sua proibição nos Estados Unidos, que será efetiva a partir deste sábado.
Há alguns dias, o TikTok se comprometeu a ter um alto nível de transparência e a permitir o controle de seus algoritmos para tranquilizar usuários e reguladores.
"Todo o setor de atividades está sendo analisado com atenção e com razão. Devido às origens chinesas da empresa, estamos sendo analisados com mais atenção ainda. Aceitamos isso e aceitamos o desafio", disse nesta semana o CEO do TikTok, Kevin Mayer.
James Lewis, chefe do programa político de tecnologias no Center for Strategic and International Studies, acredita que o risco de segurança por usar o TikTok é "quase nulo". Em vez disso, "parece que a ByteDance pode estar sob pressão de Pequim", declarou.
A rede social também está na mira de outros países. A Índia a colocou no topo de uma lista de 59 aplicativos que proibiu em seu território em 30 de junho, para "garantir a segurança e a soberania do ciberespaço indiano".
O Paquistão, país muçulmano muito conservador, emitiu recentemente um "último aviso" ao aplicativo para que retire de sua plataforma conteúdos considerados "imorais, obscenos e vulgares".