Trump assinou decreto que restringirá a transição de gênero para menores
Metade dos estados proibiram o tratamento em menores que não se identificassem com seu gênero de nascimento
A Casa Branca emitiu nesta terça-feira (28) um decreto de Donald Trump que acaba com o financiamento governamental para cirurgias de transição de gênero em menores e promete se opor a elas por meio de todos os mecanismos legais possíveis.
Leia também
• Juiz bloqueia decisão de Trump de congelar gastos federais
• No Cafezinho: Luiz Otávio Cavalcanti analisa primeiros dias de Donald Trump
• Casa Branca diz que Trump acredita na retomada do domínio dos EUA em IA
“Em todo o país, os profissionais médicos mutilam e esterilizam um número cada vez maior de crianças influenciáveis”, afirma o decreto.
"Essa tendência perigosa será uma mancha na história de nossa nação e precisa acabar."
Metade dos estados proibiram o tratamento em menores que não se identificassem com seu gênero de nascimento.
O decreto, que se aplica apenas aos ministérios e agências federais, determina que os Estados Unidos "não financiarão, apoiarão, encorajarão nem ajudarão a suposta transição de uma criança", e "aplicarão com firmeza todas as leis que proíbam ou restringem esses procedimentos destrutivos".
A decisão do presidente republicano proíbe o governo federal de financiar unidades de saúde que realizem esses procedimentos, sejam cirurgias ou tratamentos químicos, como administração de bloqueios da puberdade.
Os programas de seguro de saúde Medicaid, Medicare e militar não poderão cobrir mais esses procedimentos.
O decreto também prevê que o Departamento de Justiça trabalhe com o Congresso para elaborar um projeto de lei que permita aos pais e às crianças afetadas processar os profissionais de saúde que tenham feito cirurgias ou receitas de tratamentos químicos.
A Suprema Corte, de maioria conservadora, mostrou-se dividida, mas inclinada a permitir que os estados proíbam esses tratamentos.
Entre as pessoas que se identificam como transgêneros nos Estados Unidos, que chegam a 1,6 milhão, mais de 300 mil têm entre 13 e 17 anos, e mais de um terço delas vivem em estados que proibiram os procedimentos médicos para a transição de gênero , segundo um estudo do Instituto Williams, grupo de reflexão da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Ao tomar posse, Trump assinou um texto que estabelece que os Estados Unidos regulamentam apenas dois gêneros: masculino e feminino.