Trump ataca Kamala por retirada caótica dos EUA do Afeganistão
Os talibãs tomaram Cabul em 15 de agosto de 2021
Donald Trump vinculou, nesta segunda-feira (26), a vice-presidente Kamala Harris com a "calamidade" da retirada americana do Afeganistão, ao render homenagem aos 13 soldados mortos em um ataque suicida no terceiro aniversário de suas mortes.
Foi Trump que, quando era presidente, chegou a um acordo em 2020 com os talibãs para que os Estados Unidos se retirassem do país. Seu sucessor, o democrata Joe Biden, adiou a retirada em alguns meses, mas finalmente a realizou em 2021.
Em discurso na Associação da Guarda Nacional dos Estados Unidos em Detroit (nordeste), o ex-presidente republicano de 78 anos disse que a "humilhação" da retirada destruiu a credibilidade dos Estados Unidos e foi "causada por Kamala Harris [e] Joe Biden".
"Agora, os eleitores vão mandar embora Kamala e Joe em 5 de novembro, é isso que esperamos", disse, referindo-se às eleições presidenciais nas quais enfrentará a candidata democrata.
"Quando eu assumir o cargo [...] farei com que as renúncias de cada um dos altos funcionários que tiveram alguma relação com a calamidade do Afeganistão estejam sobre a minha mesa ao meio-dia do dia da posse", acrescentou.
Os talibãs tomaram Cabul em 15 de agosto de 2021, dias depois da queda do governo apoiado pelos Estados Unidos, cujos líderes fugiram para o exílio.
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Um atentado suicida matou 13 soldados americanos e 170 afegãos em 26 de agosto no abarrotado perímetro do aeroporto internacional de Cabul, onde uma operação militar de transporte aéreo retirou do país mais de 120 mil pessoas em questão de dias.
Antes que as tropas americanas pudessem garantir a segurança de todo o aeroporto, o mundo testemunhou cenas de civis afegãos em pânico.
A equipe de campanha de Trump lembrou, antes de seu discurso, que Kamala havia dito há algum tempo que ela foi a última pessoa na sala antes de Biden fazer o chamado para a retirada do Afeganistão.
"Segundo ela mesma reconheceu, Kamala Harris foi chave na retirada desastrosa", afirmou a equipe de Trump em nota.
Em abril, a Casa Branca publicou um relatório sobre a retirada no qual reconhece falhas de inteligência, mas culpa Trump por ter criado as condições que levaram a essa derrota.
A vice-presidente lembrou hoje, em nota, os "13 patriotas devotos" e os entes queridos que eles deixaram para trás.
Mais cedo nesta segunda, Trump, que foi recentemente criticado por comentários incendiários sobre os veteranos, participou nesta segunda de uma oferenda de flores no Cemitério Nacional de Arlington, na Virgínia, no leste dos Estados Unidos.