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Estados Unidos

Trump cobra Kamala por promessas em discurso: 'por que não fez em 3 anos e meio de governo?'

Logo após o fim da Convenção Democrata, ele apontou o que seriam temas esquecidos pela democrata

Donald Trump em campanha para eleições nos Estados Unidos no dia 23 de agosto de 2024Donald Trump em campanha para eleições nos Estados Unidos no dia 23 de agosto de 2024 - Foto: ELLEN SCHMIDT / AFP / AFP

Em meio à empolgação dos democratas com Kamala Harris, o ex-presidente Donald Trump cobrou a adversária por suas promessas de campanha.

Ele questionou por que as propostas não foram implementadas ao longo dos três anos e meio do governo Biden-Kamala e apontou a ausência de temas como a energia em seu discurso na Convenção Nacional do Partido Democrata.

Na sua rede, a Truth Social, Trump comentou o discurso de Kamala na Convenção Nacional do Partido Democrata quase em tempo real. "Nenhum programa específico, SÓ CONVERSA, SEM AÇÃO. Por que ela não fez isso há três anos e meio", questionou em uma das publicações. "Ela disse que vai reduzir o custo de vida das famílias, mas as coisas eram mais acessíveis com TRUMP! Além disso, por que ela não fez isso?", cobrou em outra.

Logo após o fim da Convenção Democrata, ele apontou o que seriam temas esquecidos pela democrata em seu discurso.

"Ela não mencionou a China, não mencionou o fracking (método para extração de petróleo e gás natural), não mencionou a energia, não mencionou, de forma significativa, a Rússia e a Ucrânia, não mencionou os grandes assuntos do dia, que estão destruindo nosso país", disse.

"Há 60 milhões de pessoas na pobreza nos EUA, sob sua supervisão, e ela nem sequer fala sobre elas!", seguiu inflando os números sobre a pobreza que, de acordo com o censo mais recente, atinge 37,9 milhões de americanos.

Ao contrário do que afirma Trump, ela mencionou a China ao dizer que "são os Estados Unidos - e não a China - que vão vencer a competição do século 21" ao prometer liderar o mundo para o futuro.

Kamala também falou da guerra ao reafirmar o compromisso com a Ucrânia e criticar declarações de Donald Trump sobre a Otan.

De fato, a energia, que tem puxado para cima a inflação americana, ficou de fora do discurso assim como a pobreza.

A economia, que pode ser o calcanhar de Aquiles da campanha democrata, foi citada apenas em promessas vagas, de crescimento e oportunidades.

Em meio à cobranças e críticas, Trump compartilhou a capa do tabloide New York Post. "É tudo uma encenação", diz a chamada para Convenção Nacional do Partido Democrata.

Como parte da estratégia de colar as falhas do governo em Kamala enquanto ela tenta focar no futuro, Trump a acusou de levar os EUA ao status de "nação fracassada", com destaque para inflação, imigração e política externa, pontos centrais na campanha republicana.

"Ela falou sobre o Estado de Direito, mas, como Czar da Fronteira, permitiu a entrada de 20 milhões de pessoas em nosso país, muitas delas criminosas, que estão FERINDO e MATANDO nosso povo!", disse Trump repetindo alegações infundadas de que o governo democrata teria permitido a entrada de criminosos de outros países nos Estados Unidos.

Como ficou demonstrado ao longo da Convenção, a resposta de Kamala Harris para imigração será culpar Trump pelo fracasso do projeto bipartidário para reforçar a segurança e desencorajar imigrantes a cruzar a fronteira.

Líderes republicanos insistiram em atrelar a proposta à ajuda bilionária para Ucrânia na expectativa de convencer a ala mais radical do partido, resistente ao financiamento da guerra.

No entanto, bloquearam o plano para imigração em meio à pressão de Donald Trump que via o projeto como um "presente" para os democratas antes da eleição.

Enquanto comentava o discurso, Trump alegou que essa era uma das "piores leis já escritas" e que os democratas não precisariam disso para resolver a crise na fronteira. "Ela não precisa de um projeto de lei. Como presidente, Joe e ela poderiam ter simplesmente dito: "FECHE A FRONTEIRA!", como eu fiz - eu não tinha um projeto de lei, não precisava de um projeto de lei", disse.

Após o fracasso do plano bipartidário, Joe Biden adotou ações executivas, incluindo o gatilho para o fechamento da fronteira, caso o número de travessias ilegais ultrapasse 2,5 mil por dia.

Apesar da redução na entrada de imigrantes este ano, em comparação com o pico do ano passado, Trump lembra constantemente da máxima histórica registrada no governo Biden-Kamala, muitas vezes, apelando para alegações falsas, como a de que imigrantes seriam criminosos.

"Ela fala sobre compaixão, mas não fala sobre todas as pessoas que ela permitiu que entrassem em nosso país. 43% de aumento em crimes violentos em todo o país, 60% de aumento em estupros, desde que ela é a CZAR da fronteira. O CRIME DISPAROU", insistiu falsamente (dados do FBI tem apontado a redução de crimes violentos nos Estados Unidos, incluindo homicídios e estupros).

Mirando em outro tema central na sua campanha, a política externa, Trump voltou a afirmar que as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza teriam sido evitadas se ele fosse presidente.

Ele apontou o que chama de fraqueza do governo Biden-Kamala e rebateu as críticas de democratas por suas declarações sobre a Otan.

'A Otan não estava pagando suas contas, quase todos os países estavam inadimplentes. Quando eu disse: "Se vocês não pagarem, estamos fora, os Estados Unidos estão cansados de ser otários", o dinheiro entrou aos BILHÕES e eu salvei a Otan!', justificou.

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