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EUA

Trump defende adiamento das eleições presidenciais nos EUA

No Twitter, presidente dos EUA sugeriu adiamento das eleições, que estão marcadas para novembro

Presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpPresidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Foto: Drew Angerer/Getty Images via AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quinta-feira (30) o adiamento das eleições presidenciais, marcadas para novembro.

Em uma publicação no Twitter, o líder republicano afirmou que a votação universal pelo correio poderia fazer do pleito "a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história" e um "grande embaraço para os EUA".

Ele sugeriu um adiamento para que as pessoas possam votar "de maneira adequada, segura e protegida".

O posicionamento destoa da postura do presidente diante da pandemia do novo coronavírus. Em várias ocasiões, Trump minimizou a gravidade da Covid-19, deu conselhos que contrariam orientações médicas e entrou em conflito com os próprios conselheiros sobre a melhor forma de responder à pandemia.

O avanço vigoroso da pandemia do novo coronavírus nos EUA fez com que pelo menos 14 estados americanos postergassem suas eleições primárias, levantando especulações sobre a possibilidade de adiamento da eleição geral no país, marcada para 3 de novembro.

Especialistas, no entanto, afirmam que a alteração da data é improvável e que o presidente, ainda que quisesse, não tem o poder de fazer qualquer modificação no calendário eleitoral por ordem executiva.

A data da eleição geral dos EUA é definida por Lei Federal desde 1845. Para alterá-la, seria preciso um processo complexo, com acordo bipartidário -entre democratas e republicanos- no Congresso e aval do presidente. A decisão ainda estaria sujeita a contestações na Justiça.

O próprio Trump já votou pelo correio neste ano. Durante as eleições primárias do Partido Republicano na Flórida, o presidente escolheu a si mesmo para tentar a reeleição e um novo mandato na Casa Branca.

Na ocasião, em março, o novo coronavírus não havia atingido em cheio os EUA, e Trump ainda não investia de forma tão agressiva contra a opção de voto a distância, que se tornou determinante na pandemia.

Agora, com seu adversário Joe Biden, do Partido Democrata, liderando nas pesquisas de intenção de voto, a postura do líder americano começa a mudar.

Nos EUA, o voto não é obrigatório, e o eleitor pode escolher seu candidato de três maneiras: a mais tradicional é ir à urna no dia da eleição, mas há também como votar pessoalmente de forma antecipada ou fazer o voto por correio, que precisa ser solicitado com antecedência.

As regras variam de estado para estado, mas a pandemia fez com que muitos deles deixassem de exigir justificativa para o voto a distância e extendessem prazos até o fim de outubro para pedir as cédulas.

Em estados considerados chave na disputa, como Flórida, Cana do Norte e Pensilvânia, os aliados do presidente temem que o medo do novo coronavírus impeça os eleitores de irem às urnas em novembro.

A incerteza paira, principalmente, sobre os que têm mais de 65 anos e os que vivem em áreas rurais, importante parcela da base eleitoral de Trump.

Em maio, o Twitter classificou como falsas duas publicações do presidente em que ele afirmava que votações por correio comprometem a validade de uma eleição.

Colocar em dúvida a integridade do pleito é uma forma de tentar barrar a alternativa que pode dar vantagem aos opositores de Trump.

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que o republicano está errado nas duas concepções: o voto por correio não é passível de fraudes significativas e não beneficia nenhum partido político.

A três meses da eleição, ainda é difícil prever o impacto da pandemia nos estados em novembro e como o voto por correio pode influenciar a participação de eleitores dos dois partidos.

A certeza por enquanto é que, em razão da logística, o sistema pode atrasar a apuração, o que significa que, na noite de 3 de novembro, é possível que não se saiba quem foi eleito presidente dos EUA.

 

 

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