"Era de ouro dos EUA começa agora", discursa Trump, que promete deportações e emergência energética
"Era de ouro dos Estados Unidos começa agora", promete o republicano
Donald Trump tomou posse nesta segunda-feira (20) como 47º presidente dos Estados Unidos, com a firme intenção de devolver uma "Era de Ouro" ao país e transformá-lo a golpe de decreto para erradicar a imigração ilegal.
"A era de ouro dos Estados Unidos começa agora. A partir de hoje nosso país florescerá e voltará a ser respeitado em todo o mundo", declarou.
“A partir deste momento, o declínio dos Estados Unidos terminou”, afirmou ainda.
O 47º presidente dos Estados Unidos também prometeu enfrentar o que chamou de "elite radical e corrupta", que "monopolizou o poder e a riqueza por muitos anos".
No discurso, ele disse que vai deportar "milhões" de imigrantes em situação irregular e que irá decretar "emergência energética nacional" para ampliar significativamente a extração de hidrocarbonetos no maior produtor de petróleo e gás do mundo, uma ruptura com as políticas climáticas de Joe Biden.
“Primeiramente, vou decretar emergência nacional em nossa fronteira sul. Todas as entradas ilegais vão ser bloqueadas imediatamente e iniciaremos o processo de envio de milhões e milhões de estrangeiros criminosos para os locais de onde vieram”, afirmou o presidente republicano.
E complementou dizendo:
"A crise inflacionária foi causada pelo gasto excessivo e a escalada dos preços da energia, e, por isso, hoje também declararei emergência energética nacional. (...) 'Drill, baby, drill' (Perfure, querida, perfure)", disse o presidente durante seu discurso de posse.
Relembrando o atentado sofrido, Trump declarou: "Fui salvo por Deus para tornar os Estados Unidos grandes novamente".
Recuperação do Canal do Panamá
"Demos o Canal ao Panamá e vamos recuperá-lo", declarou o presidente.
“A China está operando o Canal do Panamá, e nós não o demos à China", ressaltou o republicano, que não descartou nas últimas semanas o uso da força militar para tomar o controle da via interoceânica.
"Em breve, mudaremos o nome do Golfo do México para Golfo da América”, acrescentou Trump, que já havia ameaçado fazê-lo, provocando dias atrás a reação da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, que respondeu que os Estados Unidos deveriam se chamar “América mexicana”.
Tarifas e impostos
Em seu discurso, Trump prometeu ainda que instituirá tarifas e impostos a outros países para ajudar a "enriquecer" os cidadãos americanos.
"Começarei imediatamente a reformular nosso sistema comercial para proteger os trabalhadores americanos e suas famílias", afirmou Trump.
"Em vez de tributar nossos cidadãos para enriquecer outros países, cobraremos tarifas e impostos de países estrangeiros para enriquecer nossos cidadãos", declarou.
Desde sua vitória eleitoral em novembro, o republicano tem mirado tanto em aliados quanto em adversários, levantando a perspectiva de novas tarifas para pressionar outros países a tomar medidas mais duras diante das preocupações dos Estados Unidos.
Antes de seu retorno à Casa Branca, Trump prometeu impor tarifas de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas, e 10% adicionais sobre os produtos chineses, caso não fizessem mais em relação à imigração ilegal e ao fluxo de fentanil para os EUA.
Durante a campanha eleitoral, ele também lançou a ideia de impor tarifas muito mais altas às importações chinesas.
Mas, nesta segunda-feira, ele se absteve de revelar novas tarifas aplicadas a produtos importados quando um comprador nos EUA adquiri-los no exterior.
Em seu discurso, reiterou o seu plano de criar um "Serviço de Receita Externa" para coletar tarifas e impostos de importação, juntamente com a criação de um "Departamento de Eficiência Governamental" destinado a cortar os gastos públicos federais.
Reconhecimento de "apenas dois gêneros"
“Também acabarei com a política governamental de tentar aplicar a raça e o gênero em cada aspecto das vidas pública e privada. A partir de hoje, a política do governo dos Estados Unidos é de que existem apenas dois gêneros, masculino e feminino”, disse o presidente, encerrando uma política que permitia a escolha de um terceiro em algumas questões.
EUA vão fincar bandeira em Marte
“Vamos perseguir nosso destino manifesto rumo às estrelas, enviando astronautas americanos para fincar as estrelas e listras (da bandeira americana) no planeta Marte”, disse Trump.
O republicano garantiu que os Estados Unidos voltará a ser visto como "uma nação em crescimento" que expande seu território.