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Trump estuda encerrar ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia caso seja eleito

Ex-presidente americano firmou que se fosse eleito em novembro resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia 'dentro de 24 horas', sem explicar como

Trump em campanhaTrump em campanha - Foto: Christian Monterrosa/AFP

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Ex-presidente americano, Donald Trump ameaça, através dos seus aliados no Congresso, enterrar esta semana qualquer ajuda futura dos Estados Unidos à Ucrânia. A promessa surgiu minutos após a divulgação oficial do texto de um projeto resultado de vários meses de negociações no Senado.

O documento prevê US$ 60 bilhões (cerca de R$ 299 bilhões) para a Ucrânia e US$ 14 bilhões para Israel (cerca de R$ 69,7 bilhões) e contém também uma reforma do sistema de imigração dos EUA, um tema importante na campanha eleitoral, à qual são atribuídos US$ 20 bilhões (cerca de R$ 99 bilhões).

Os republicanos vinham pedindo há meses uma política mais forte em resposta à chegada de um grande número de migrantes, muitos deles da América Latina, pela fronteira com o México. Segundo eles, o texto não foi lido o suficiente. Mike Johnson, líder da Câmara dos Representantes, aliado de Donald Trump, considera-o “morto”.

"Horrível"
Os democratas insistem que é o texto “mais duro” em décadas sobre política de imigração e que conta com o apoio do presidente democrata Joe Biden, candidato a um segundo mandato. Nessas negociações, a última palavra vai para o seu antecessor e provável rival em novembro. Sem o apoio dos republicanos na Câmara, a maioria deles leais a Donald Trump, o texto não dará em nada.

Para ser aprovado, este importante projeto de lei deve ser aprovado pelas duas casas do Congresso. Os democratas têm maioria no Senado, mas os republicanos controlam a Câmara Baixa. Nos anos desde o início da guerra, o Congresso gastou mais de 110 bilhões de dólares (cerca de R$ 548 bilhões). Agora, muitos republicanos querem "fechar a torneira".

Donald Trump afirmou que se fosse eleito em novembro, resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia "dentro de 24 horas", sem explicar como. Donald Trump sabe que votar um texto acordado seria uma vitória para o seu rival democrata.

“Só um idiota, ou um democrata radical de esquerda, votaria a favor deste horrível projeto de lei fronteiriço que só vem de uma autoridade de encerramento após 5.000 interceções por dia, quando temos o direito de FECHAR A FRONTEIRA AGORA, que é o que precisa de ser feito", publicou em sua conta na rede Truth Social.

"Não é ESTÚPIDO!!! Precisamos de um projeto de lei independente sobre fronteiras e imigração", diz Trump na sua mensagem, pedindo que não seja ligado "à ajuda externa de ninguém".

Fronteira
Nas questões de imigração, Trump provoca o seu possível rival eleitoral, Joe Biden.

"Não temos agentes (de fronteira) suficientes. Não temos juízes (de imigração) suficientes. Precisamos de ajuda. Por que vocês não me ajudam?"

O acalorado debate sobre a fronteira desvia a atenção da Ucrânia, embora o futuro da ajuda americana ao país esteja em jogo. O texto apresentado no domingo é um dos poucos que consegue obter o apoio de ambos os partidos. Portanto, a possibilidade de agir antes de novembro parece pequena, senão inexistente.

Desde o início da guerra, o Kremlin tem pressionado por uma redução da ajuda ocidental, e qualquer hesitação entre os aliados de Kiev refuta a sua ideia de que irão vencer. Os Estados Unidos são de longe o principal apoiador militar da Ucrânia, tendo enviado sua última ajuda militar no final de dezembro. As últimas visitas de Zelensky a Washington, em setembro e dezembro de 2023, não tiveram sucesso.

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