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AÇÕES

Trump promete ''Era de Ouro'' e medidas firmes contra imigração ilegal

A prioridade de Trump será expulsar os imigrantes em situação irregular e impedir a entrada de novos

O presidente dos EUA, Donald TrumpO presidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Greg Nash / POOL / AFP

Donald Trump tomou posse nesta segunda-feira (20) como 47º presidente dos Estados Unidos, com a firme intenção de devolver uma "Era de Ouro" ao país e transformá-lo a golpe de decreto para erradicar a imigração ilegal.

Após jurar "proteger a Constituição" sob a cúpula do Capitólio, em Washington, o republicano fez um discurso de posse que incluiu uma série de medidas para tornar "os Estados Unidos grandes novamente", seu lema desde o primeiro mandato (2017-2021).

A prioridade de Trump será expulsar os imigrantes em situação irregular e impedir a entrada de novos, para o que não poupará esforços. Ele prometeu assinar decretos para declarar emergência nacional na fronteira com o México, bloquear a entrada de imigrantes e deportar “milhões de estrangeiros criminosos".

O republicano acrescentou que vai relançar o programa “Fique no México” - para que os imigrantes aguardem o desenlace do processo migratório do outro lado da fronteira - e classificar os cartéis como organizações terroristas estrangeiras.

Cartéis e grupos criminosos
Trump também vai invocar a lei de inimigos estrangeiros de 1798 para “eliminar a presença de todos os grupos criminosos", afirmou o republicano, que está disposto a decretar guerra ao grupo venezuelano Trem de Aragua.

O magnata vai abrir novas frentes diplomáticas, como mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, impor tarifas a terceiros países para ajudar a "enriquecer" os cidadãos americanos, e recuperar o controle do Canal do Panamá.

No geral, Trump vai revogar várias medidas ou políticas do governo anterior, como eliminar os programas de diversidade sexual, retirar o país do Acordo de Paris e decretar uma “emergência energética nacional”, para expandir significativamente a extração de hidrocarbonetos no maior produtor mundial de petróleo e gás.

O ex-presidente Joe Biden e sua ex-vice-presidente, Kamala Harris, derrotada nas urnas por Trump, ouviram atônitos as palavras de Trump e não o aplaudiram.

O magnata prometeu ao país uma "Era de Ouro", para que ele volte "a ser respeitado em todo o mundo” e uma nação em crescimento que, segundo ele, vai fincar sua bandeira em Marte.

Trump subiu os degraus da entrada principal da Casa Branca em uma manhã ensolarada gelada de inverno, após comparecer a um culto na Igreja Episcopal de St. John com sua mulher, Melania. Pouco antes, a vice-presidente americana, Kamala Harris, recebeu seu sucessor no cargo, J.D. Vance.

Ao meio-dia, horário de Washington, Trump iniciou seu segundo mandato. A cerimônia não foi realizada nas escadas externas do Capitólio, como reza a tradição, e sim dentro do prédio, devido ao frio, como fez Ronald Reagan em 1985.

O dispositivo de segurança foi excepcional, depois das duas tentativas de assassinato contra o republicano durante sua campanha. Aos 78 anos, ele se tornou o chefe de Estado americano mais velho a tomar posse.

Três dos homens mais ricos do mundo - os magnatas da tecnologia Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos - acompanharam a posse, em que estiveram presentes os ex-presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.

Trump, que acredita ter sido salvo por Deus da tentativa de assassinato que sofreu durante sua campanha, alertou que “as balanças da justiça vão ser reequilibradas”.

O “uso violento e injusto do Departamento de Justiça e do nosso governo acabará”, proclamou o milionário, condenado pela Justiça, que prometeu arremeter contra o que chamou de administração "radical e corrupta” de Biden.

O novo presidente também comparecerá à Capital One Arena, em Washington, aonde seus apoiadores começaram a chegar durante a madrugada.

"Jesus é meu salvador e Donald Trump é meu presidente. E ver como esse homem mudou, não apenas o país, mas o mundo, é muito revelador", disse uma de suas apoiadoras, Rachel Peters, de 28 anos, à AFP.

Biden, que está encerrando meio século de vida política, orquestrou uma transição civilizada com um homem que negou isso a ele. Furioso por uma derrota que nunca reconheceu, Trump se recusou a comparecer à posse do democrata em 2020.

Indultos preventivos
No entanto, horas antes, Biden concedeu indultos preventivos a congressistas e funcionários, para protegê-los de "processos judiciais injustificados e politicamente motivados". Ele alegou "circunstâncias excepcionais".

Para seu segundo mandato, Trump conta com assessores escolhidos com base em sua lealdade e uma estreita maioria no Congresso. Além disso, a Suprema Corte está ancorada à direita.

No entanto, Donald Trump também começa sua saída de cena nesta segunda-feira. Ele deve se resignar a nunca mais ser candidato, a menos que haja um golpe contra o limite constitucional de dois mandatos.

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