Trump recorre à Suprema Corte para tentar impedir anúncio de sua sentença em Nova York
Em um documento de cerca de quarenta páginas datado de terça-feira, os advogados do 47º presidente dos Estados Unidos pedem "suspensão de urgência"
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarado culpado por subornar uma ex-atriz pornô, apresentou um recurso à Suprema Corte em uma tentativa de impedir o anúncio de sua condenação, previsto para a próxima sexta-feira (10) em Nova York, a dez dias de sua posse.
Em um documento de cerca de quarenta páginas datado de terça-feira, os advogados do 47º presidente dos Estados Unidos, que tomará posse em 20 de janeiro, pedem "uma suspensão de urgência para impedir que o processo penal continue no tribunal de Nova York, em particular, a audiência para o anúncio da sentença prevista para o dia 10 de janeiro, às 9h30".
"Este Tribunal deve emitir uma suspensão imediata dos procedimentos adicionais no tribunal de primeira instância de Nova York para evitar uma grave injustiça e danos à instituição da presidência e às operações do governo federal", escreveram os advogados de Trump, que invocam constantemente sua "imunidade presidencial", que, segundo eles, "causa uma suspensão automática" do caso.
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Nos últimos dias, Trump recebeu respostas negativas do juiz do tribunal de Manhattan que presidiu o julgamento e de um tribunal de apelações, que recusaram suspender o processo e adiar a audiência de sexta-feira.
A menos que a apelação seja aceita pela Suprema Corte Federal em Washington - cujos seis dos nove juízes são conservadores - a sentença de Trump será anunciada na sexta-feira às 11h30 do horário de Brasília.
O magnata poderá comparecer pessoalmente ou por vídeo a esta audiência simbólica, já que não há pena de prisão nem mesmo multa.
Em 30 de maio, após seis semanas de julgamento durante a campanha eleitoral, Trump se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos (2017-2021) a ser condenado criminalmente.
Um júri o declarou culpado de 34 crimes de falsificação contábil por fazer passar o pagamento de 130.000 dólares (cerca de R$ 415 mil na cotação da época) à estrela de cinema pornô Stormy Daniels como despesas legais, no final de sua campanha eleitoral de 2016, na qual derrotou Hillary Clinton.
Trump, que nega qualquer relação sexual com a atriz, denunciou ser vítima de um "caça às bruxas" orquestrada por seus adversários políticos.
O caso de Nova York é o único em que ele foi julgado. Os outros três processos nos quais era réu, incluindo um por uma suposta tentativa de reverter o resultado da eleição presidencial de 2020, quando perdeu para Joe Biden, foram suspensos.