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Estados Unidos

Trump revela em gravação que reteve documento sigiloso sobre possível ataque ao Irã

Informação vai de encontro ao que alega o republicano, que diz ter removido a confidencialidade de todos os arquivos em sua posse após deixar a Casa Branca

Donald TrumpDonald Trump - Foto: Rob Carr / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Procuradores federais dos Estados Unidos obtiveram uma gravação de áudio de uma reunião em 2021 na qual o ex-presidente Donald Trump reconhece que manteve um documento secreto do Pentágono sobre um possível ataque ao Irã, informou a CNN nesta quarta-feira  (31) com depoimentos de fontes ligadas ao assunto.

A informação vai de encontro ao que alega o republicano, principal candidato do partido para as eleições de 2024, pondo em dúvida seu argumento de ter removido o sigilo de todos os documentos em sua posse após deixar a Casa Branca.

De acordo com fontes familiarizadas com a investigação ouvidas pela emissora americana, o áudio mostra que Trump estava ciente de que reteve material sigiloso mesmo após o fim de seu mandato.

Segundo a CNN, que não teve acesso direto ao conteúdo, a gravação mostra que Trump expressou desejo de compartilhar as informações, mas também reconheceu as limitações impostas a ele como ex-presidente para desclassificar os registros.

As fontes afirmaram, ainda, que a parte relevante sobre o material sobre o Irã tem cerca de dois minutos, sendo apenas um pequeno trecho de uma reunião muito mais longa.

Segundo a CNN, a reunião ocorreu em julho de 2021 no clube de golfe de Trump em Bedminster, Nova Jersey. Estiveram presentes duas pessoas trabalhando na autobiografia do ex-chefe de Gabinete de Trump, Mark Meadows — que não compareceu à reunião —, além de assessores empregados pelo ex-presidente, incluindo a especialista em comunicações Margo Martin. Todos os participantes não tinham autorização que lhes permitisse acesso a tais informações sigilosas.

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Entenda o caso
Em agosto do ano passado, agentes do FBI realizaram uma busca na residência de Trump, em Mar-a-Lago, na Flórida, portando ordem judicial. Levaram 32 caixas com documentos confidenciais do Estado americano, em sua posse desde que deixou a Casa Branca, alguns com selo que indica questões relacionadas a operações de inteligência mais secretas do país.

Por isso, Trump passou a ser investigado por uma possível violação da Lei de Espionagem, que torna ilegal reter sem autorização informação de segurança nacional que poderia prejudicar os EUA ou auxiliar um adversário estrangeiro.

A legislação americana obriga presidentes e outros altos funcionários do governo a conservar documentos oficiais durante o mandato e entregá-los aos Arquivos Nacionais ao deixar o cargo. As investigações, lideradas pelo promotor especial Jack Smith, nomeado em novembro para conduzi-las, querem esclarecer se o ex-presidente guardou intencionalmente o material secreto e se enganou os advogados sobre a devolução dos documentos.

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