Saúde

Tuberculose: SUS terá novo tratamento mais rápido, eficaz e por via oral

Ministério da Saúde aprovou a inclusão da pretomanida, que vai permitir o uso de dois esquemas encurtados, combinado com outros fármacos já usados no Brasil

Fachada do Ministério da FazendaFachada do Ministério da Fazenda - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Saúde oficializou nesta sexta-feira a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de um novo tratamento pra a tuberculose resistente. A nova combinação de medicamentos permite um tratamento mais curto e por via oral.

Um dos principais problemas enfrentados atualmente para o tratamento da tuberculose resistente no país é a adesão do paciente. Hoje, a cura para esse tipo da doença pode levar até dois anos e é feito com medicação injetável. Com o novo tratamento, esse tempo é encurtado para seis meses e o medicamento é administrado via oral.

A Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia Margareth Dalcolmo explica que a complexidade dos tratamentos atuais somada à resolução dos sintomas em tempo relativamente curto faz com que o paciente acabe abandonando o tratamento.

— A tuberculose é uma doença benigna, tratável, curável, desde que o paciente tenha uma boa adesão ao tratamento. O tratamento da tuberculose resistente obviamente implica um enorme sofrimento humano — afirmou, completando: — A combinação de fármacos antigos e novos vai propiciar que o paciente tenha um tratamento mais curto, menos sofrido e com eficácia igual ao superior aos tratamentos longos.

A incorporação da pretomanida pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira vai permitir o uso de dois esquemas encurtados, combinado com outros fármacos já usados no Brasil: o BPaL (bedaquilina, pretomanida e linezolida) e o BPaLM (bedaquilina, pretomanida, linezolida e moxifloxacino) –, que possibilitam encurtar o período do tratamento da tuberculose multirresistente.

A tuberculose é ainda um problema grave de saúde pública no Brasil. Por ano, ela afeta cerca de 80 mil pessoas no país e a estimativa é que ocorram mais de 5,5 mil mortes pela doença.

Dalcolmo reforça a necessidade de seguir o tratamento para evitar que os remédios percam a eficácia a partir da resistência da doença ao fármaco.

— É fundamental que esse tratamento seja muito bem conduzido e vigiado para que possamos impedir a emergência de resistência a esses fármacos novos, que seria uma catástrofe. Se você não aderir adequadamente, vai desenvolver resistência a esses fármacos que são os esquemas mais sofisticados que existem. Portanto, a adesão é estratégica para a boa evolução do tratamento.

A oferta de esquemas de tratamento com a pretomanida é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfretamento da tuberculose.

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