Logo Folha de Pernambuco

tecnologia

Tudo o que se sabe sobre o primeiro implante cerebral em humano feito pela Neuralink

Dispositivo quer conectar o cérebro a celulares e computadores e promete ajudar pessoas com deficiência visual e auditiva, além de portadores doenças como mal de Parkinson

Elon MuskElon Musk - Foto: Mandel Ngan / AFP

A Neuralink, empresa de Elon Musk, realizou seu primeiro implante cerebral em um ser humano. O feito é um grande passo em direção à meta do bilionário de um dia permitir que as pessoas controlem computadores com suas mentes.

Musk deu um nome ao dispositivo de implante de "Telepatia" e disse que os primeiros a utilizarem serão pessoas com deficiência que perderam o uso dos dedos.

Após a realização do implante, Musk informou em sua conta no X (antigo Twitter) que o paciente se recupera bem.

Veja tudo o que se sabe sobre a Neuralink e o primeiro teste em humanos da empresa:
O que é Neuralink?

Neuralink é uma startup fundada por Elon Musk em 2017. Ela está tentando construir uma interface cérebro-computador que ajudaria pessoas com lesões traumáticas a operar celulares e computadores usando apenas seus pensamentos. Para fazer isso, a empresa trabalha na implantação de eletrodos no cérebro das pessoas.

O implante cerebral já foi feito antes?
Sim. A Neuralink se baseia em décadas de tecnologia destinada a implantação de eletrodos em cérebros humanos para interpretar sinais e ajudar no tratamento dos sintomas de doenças como paralisia, epilepsia e mal de Parkinson.

Um dos primeiros dispositivos é conhecido como Utah array, que foi testado pela primeira vez em um ser humano em 2004. Muitos concorrentes entraram no campo, incluindo Synchron e Precision Neuroscience.

Fazer um implante cerebral é legal?
A Food and Drug Administration dos EUA deu aprovação à Neuralink para ensaios clínicos em humanos em maio do ano passado, após uma série de testes de implantes em vários animais.

A empresa foi fortemente criticada por seu trabalho cirúrgico em animais, especialmente primatas, por grupos como o Comitê de Médicos pela Medicina Responsável, que chegou a afirmar que a empresa estragou muitas dessas cirurgias.

O que há de diferente no dispositivo Neuralink?
O dispositivo da Neuralink contém mais de mil eletrodos, muito mais do que outros implantes. Ele tem como alvo neurônios individuais, enquanto a maioria dos dispositivos em desenvolvimento têm como foco sinais emitidos por grupos de neurônios. Se funcionar, deverá permitir um maior grau de precisão.

Como isso funciona exatamente?
O implante coloca o chip e outros componentes eletrônicos dentro do crânio do usuário, com comunicações sem fio, enviando dados de sinais cerebrais para um aplicativo da Neuralink, que os decodifica em ações e intenções.

O carregamento também é feito sem fio. A Neuralink desenvolveu um robô cirúrgico sob medida para realizar o procedimento de implante.

O que Musk e Neuralink querem fazer com chips cerebrais?
Inicialmente, a Neuralink quer ajudar pessoas paralisadas. Eventualmente, Musk diz que seu dispositivo pode ajudar pessoas com perda auditiva e visual.

O bilionário disse esperar que um dia o implante possa permitir objetivos futuristas, como ajudar os humanos a se fundirem com a inteligência artificial.

O que acontecerá durante o primeiro teste do cérebro humano da Neuralink?
O teste tem como objetivo ajudar a empresa a definir o design certo para o dispositivo. No ano passado, a Neuralink disse que realizaria 11 cirurgias em 2024, embora as previsões tenham sido excessivamente otimistas.

Quanto tempo levará este estudo?
Normalmente, esse tipo de estudo envolve de 5 a 10 pacientes e dura até um ano. O próximo passo é uma pesquisa de viabilidade e, em seguida, um estudo fundamental, que é análogo a um estudo de Fase III para um medicamento.

Se tudo correr bem, provavelmente levará entre cinco anos e uma década até a comercialização do dispositivo.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter